29 de nov. de 2016

Palmeiras, eneacampeão brasileiro

    Depois de 22 anos sem conquistar o Brasileirão o Palmeiras volta ao topo. É o 9º título brasileiro do verdão, o 1º conquistado na era dos pontos corridos. Com esse caneco o Palmeiras se torna de forma isolada o time que mais vezes ganhou o Brasileirão (antes estava empatado com o Santos) e com mais folga ainda o maior campeão nacional, com 15 títulos.
    O título veio com uma rodada de antecedência, a campanha foi brilhante. O alviverde imponente é o time que mais venceu (23), o time que menos perdeu (6), tem a melhor defesa (31 gols sofridos e 14 jogos sem tomar gol), além disso o Palmeiras foi o time que ficou o maior número de jogos sem perder (15). O ataque do Palestra é o 2º melhor, sendo superado por 1 gol apenas, o Palmeiras é o visitante mais ingrato do Brasileirão, foram 9 vitórias fora de casa em 18 jogos, sendo o único time que venceu o Atlético-PR (melhor mandante) jogando lá. Fora tudo isso o verde também foi o time que liderou mais tempo o campeonato, 29 rodadas, o 2º turno inteiro só teve um líder, o Palmeiras. (ainda tem a 38º rodada para ser jogada).
    Allianz Parque, 2 anos e 2 títulos, Copa do Brasil e Brasileirão. Cuca, mesmo não começando 2016 como técnico, conseguiu transformar em uma fortaleza, em 19 jogos no brasileiro o Palmeiras só perdeu 1 lá. A torcida que canta e vibra também deu show, mesmo sendo o ingresso mais caro do Brasil, os palmeirenses foram os que tiveram maior média de público (32 mil), consequentemente a maior renda do campeonato e da história do futebol brasileiro (aproximadamente 50 milhões só com venda de ingresso).
    Do time de 2015, campeão da Copa do Brasil a base ficou e chegaram novos nomes, como exemplo Edu Dracena e Moisés, que chegaram logo no início. O ano do Palmeiras não foi só festa, no começo do ano o time que era comandado por Marcelo Oliveira, foi muito irregular na fase de grupos da Libertadores, isso levou a demissão do técnico. Cuca assume o Palmeiras em uma situação complicada no grupo da Libertadores, faltando 3 jogos, ele quase consegue a classificação para o mata-mata, por pouco não deu. 10 dias após concretizada a desclassificação precoce na liberta, uma semifinal contra o Santos pelo campeonato Paulista. Uma grande chance de 'compensar' o fracasso na Libertadores, não deu de novo, Palmeiras foi eliminado nos pênaltis. Devido as eliminações o Palmeiras ficou de 25/04 até 14/05 sem fazer partidas oficiais. Período perfeito para Cuca treinar o time e implantar sua filosofia, ele usou bem, virou uma 2º pré temporada. Nesse tempo ainda chegaram mais reforços como Tchê Tchê, Róger Guedes e Jean.
    O time de Cuca tem um dna ofensivo, isso conquistou a torcida, que tembém tem, logo na estreia no Brasileirão uma vitória por 4x0. Empolgou, mas o time não estava pronto, jogando no Allianz o Palmeiras era muito superior que jogando fora de casa, a 1º vitória fora veio só na sexta rodada. Aos poucos o time foi ficando mais forte, ganhando jogos cascudos, não perdendo pontos bobos, o time ao longo do ano ganhou a cara de Cuca, organizado, ofensivo, intenso, consistente e que se adapta ao jogo. Das 19 rodadas do 1º turno liderou 9 e teve o melhor ataque, Cuca em menos tempo de trabalho deixou seu Palmeiras melhor que o de Marcelo Oliveira. O 2º turno foi de consolidação, Yerry Mina chegou para reforçar. Nesse turno o Palmeiras só perdeu 1 jogo, um clássico fora de casa. Foi muito eficiente, e como recompensa o título. O verdão é o time que mais chuta no certo no campeonato (205).
    Para olhar o sucesso de hoje do Palmeiras é preciso voltar a 2013, um ano horrível para todos os alviverdes. Pela 2º vez na Série B, com um time tenebroso, sem dinheiro e sem estádio (Allianz Parque em construção). Foi nesse caos que Paulo Nobre assumiu o Palmeiras. Coragem. A administração dele foi exemplar, o time péssimo, mas ganhou a segundona e voltou a 1º divisão. Nobre ainda conseguiu diminuir as dívidas do clube. 2014 chegou, outro ano para se esquecer, por pouco o Palmeiras não caiu para a segundona. Nobre manteve a política de recuperar a economia do clube, mesmo tendo mais um time fraquíssimo em campo. Conseguiu recuperar a parte financeira.
    Em 2015 se reelegeu, as coisas começaram a mudar, Palmeiras estava com dinheiro. Alexandre Mattos foi anunciado como braço direito de Nobre. Agora com dinheiro, arena e contas em dia Nobre conseguiu um patrocínio master, não um qualquer, o maior do futebol brasileiro. Mais dinheiro em caixa. O programa de sócio torcedor bombou também (graças a ele). Mais dinheiro em caixa. Com dinheiro tudo fica mais fácil, Nobre e Mattos foram fazer compras, Zé Roberto,  Vitor Hugo, Rafael Marques, Gabriel, quase 40 nomes foram contratados, o mais badalado? Dudu. O camisa 7 chegou depois de um chapéu duplo do Palmeiras no Corinthians e no São Paulo. Para fechar 2015, título da Copa do Brasil em cima do Santos.
    2016 começa, mais reforços chegam e a Crefisa, patrocinadora master, investe mais dinheiro. Resultado = Campeão Brasileiro. Título que não vinha desde 1994 agora coroa o trabalho de Nobre, que entrega a presidência no dia 15/12 com contas em dia, o melhor time do Brasil, uma arena lucrativa, maior patrocínio master do país, 126 mil sócio torcedores (quando Nobre assumiu eram 8 mil) e outros feitos.
    O gigante comandando pelo grande mestre Cuca tem um 'esqueleto' com grandes destaques. Moisés, um leão no meio campo, marca, arma, defende, ataca, faz de tudo e faz bem. Dudu, líder de assistências do campeonato, se tornou um líder do time, pura raça, é um espelho da torcida em campo, guerreiro. Tchê Tchê, versátil, quase não aparece mas corre o campo todo, joga muito e sempre, o pulmão do time. Vitor Hugo, forte fisicamente, rápido, cheio de vigor, ótimo zagueiro e goleador. Zé Roberto, o eterno garoto, 42 anos, o jogador mais velho a ser campeão brasileiro na era dos pontos corridos, um exemplo, a 1º contratação de 2015, corre mais que muitos garotos, se doa ao máximo. Jesus, iluminou o caminho alviverde, forte, veloz, preciso e chorão, no 2º turno apanhou muito, foi mais apagado que no 1º.
    Todos eles se completam na linha, mas embaixo das traves alviverdes, lugar que já teve até santo, um local solitário, nesse campeonato foi solidário. Prass, ídolo do Palmeiras e titular absoluto é convocado pela 1º vez na vida para a seleção, aos 37 anos. Se machuca pelo resto da temporada sem fazer 1 jogo pela amarelinha. O Palmeiras brigando pelo título perde seu goleiro e ídolo. Vagner é o escolhido para substituir Prass, não aguenta. Cuca então põe Jailson, que chegou em 2014 e quase não jogou. Justo ele que nunca tinha feito um jogo sequer na Serie A. Jailson, justo ele que é palmeirense desde pequeno. Aos 35 anos tem a chance de defender o clube do coração. Ele entrou com uma vontade inacreditável, jogava pelo prato de comida, seguro, ágil, humilde e gente fina. Até lembra um goleiro aí. Jailson logo virou o Jailsão da Massa, jogou, representou e se tornou símbolo da conquista. Ele pode bater no peito e dizer: 'quando eu joguei, o Palmeiras não perdeu no Brasileirão 2016'. Fechou o gol e virou ídolo, ainda deu espaço para Prass entrar no jogo do título.
    Mais que um time o Palmeiras tem um elenco, com promessas como Jesus, Tchê Tchê e Róger Guedes, realidades como Dudu, Moisés e Vitor Hugo e jogadores campeões onde passam como Edu Dracena, Alecsandro, Arouca e Jean. Fora Cuca, que dispensa comentários. Além de tudo isso, Paulo Nobre, que já foi muito contestado hoje é unanimidade, reergueu o time, fez o que fez e agora deixa para Gagliotti, novo presidente do Palmeiras.







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