Pontos corridos não é nada parecido com mata-mata. O City ganhou inúmeras Copas, em formato eliminatório, já. Mas não a Champions. A maior competição do continente, por motivos óbvios, exige mais que você seja apenas frio ou saiba o que está fazendo. É uma competição que é preciso sentir, viver e não se exibir. Menos que a Libertadores, óbvio, mas ainda tem essa característica.
O City sentiu. Competiu. Catimbou. Sofreu. Fez cera. Pra quê? Vencer. Não está na ideologia prevista do Guardiola e nem de nenhum time, o City, principalmente por ser treinado pelo Guardiola, simplesmente não usava esse recurso porque não era incentivado e não sabia. Tudo isso até o jogo contra o Atlético de Madri.
Em mata-mata com jogo de ida e volta, vence quem joga melhor e faz melhor uso do regulamento. O City ficou feliz com um 0 a 0 na Espanha. Quem diria. O City se conformou e buscou o 0 a 0 no segundo tempo. Regulamento embaixo do braço e a classificação também.
Esse era o amadurecimento que o time precisava, na minha visão. Todo o resto o time tem. Sofrer faz parte do processo de ser campeão. Não existe time no mundo que seja campeão sem sofrer um minuto sequer. Esse amadurecimento é necessário e complicado de se conseguir. Vejo que o City desenvolveu esse tipo de amadurecimento.
Aos poucos, por sempre bater na trave e sentir a necessidade gritando de finalmente ganhar uma Liga dos Campeões, vejo um time do completo no City. Desde os fatores em campo aos fatores extracampo. Força mental, capacidade de amarrar o jogo e abdicar da ideologia para vencer. O City vai enfrentar o Real Madrid nas semifinais. Mesmo assim, eu acho que esse ano é a temporada em que o City tem a melhor chance de ser campeão da Liga dos Campeões. Ótimo futebol e casca de campeão.