31 de ago. de 2022

Tinha que ser você, Felipão

O Palmeiras, no momento, é uma dinastia no Brasil e na América do Sul. São inúmeros títulos e recordes, principalmente sob a batuta do técnico Abel Ferreira. O engraçado é que, justamente um amado e velho conhecido da torcida é o responsável por atrapalhar a dominação atual do Palmeiras.

Luiz Felipe Scolari, o Felipão, derrotou o Palmeiras no jogo de ida da Libertadores e dificultou bastante a missão dos comandados de Abel Ferreira de ganhar o tri continental seguido. 1 a 0 magro em casa na Libertadores, como manda o script do Felipão. Com esse resultado, ele derrubou:

  • Invencibilidade do Palmeiras de 20 jogos fora de casa na Libertadores (recorde da competição);
  • Invencibilidade de 13 jogos do Palmeiras na atual edição;
  • Invencibilidade de 18 jogos seguidos na Liberta (recorde da competição);
  • Invencibilidade desde 2017 na Arena da Baixada, estádio do Athletico.
Isso não garante que o Palmeiras está morto e que o Athletico está na final, mas significa muito. Esse mesmo time do Athletico, na fase de grupos, perdeu de 5 a 0 para o The Strongest, o que resultou na demissão de Carille e contratação de Felipão. Desde então, o Athletico voltou a ser forte e competitivo.

Ninguém conhece o Palmeiras melhor que o Felipão. De quebra, ele ainda conhece muito bem Abel Ferreira e os principais nomes desse elenco multicampeão atual. Felipão sabe o que vai encontrar no jogo de volta, no Allianz Parque. Felipão sabe como vencer com times bons, ruins, na adversidade e também na boa fase.

Felipão sabe que ele está diante do time hegemônico na década e do atual bicampeão, mas, se existe alguém que pode derrubar esse atual Palmeiras do trono, é o bom e velho Don Felipe, que conhece muito bem os meandros do mata-mata.

Tinha que ser você, Felipão. Não poderia ser nenhum outro técnico a derrubar todas as invencibilidades do Palmeiras, tinha que ser você, justamente você, talvez o maios representante de o que é ser Palmeiras. A torcida entende que é o seu trabalho e que só podia ser você a por um fim desses na ótima sequência de invencibilidades do time.

Dito isso, tudo segue muito aberto para o jogo de volta e o bom e velho Felipão segue falando que é palmeirense e mostrando aos críticos que ele sabe muito mais de futebol do que a maioria deles.

18 de ago. de 2022

Pedro já é seleção?

Pedro, atacante do Flamengo, está iluminado. Bom ele sempre foi, todos nós sempre soubemos disso, mas, durante um bom tempo, ele viveu às sombras de Gabigol. Agora, por incrível que pareça, ele é protagonista do Flamengo. Isso já vale uma vaguinha na Copa do Mundo?

2022 já é o ano do Pedro. Ele deu sorte. 

  • Bruno Henrique se lesionou gravemente, o que abriu espaço para ele ser titular;
  • Dorival Júnior, que não tem nada a perder resolveu testar ele como dupla de Gabigol;
  • A Copa do Mundo só será disputada em novembro e dezembro.

Se a Copa fosse no meio de 2022, Pedro não teria tido nem chances. Se Dorival Júnior não chegasse com a coragem que chegou e tentasse algo novo, uma mudança, Pedro não teria nem chances e, principalmente, se Bruno Henrique, histórico parceiro de ataque de Gabigol, não se lesionasse, Pedro continuaria com o rótulo de "reserva de luxo" e nem teria chances. O "se", nesse caso, salvou o Pedro.

Em 20 jogos sob o comando de Dorival Júnior são 12 gols, 5 assistências e uma chuva de elogios, com direito a torcida especializada da mídia para ele ir à Copa do no final do ano. Pedro está fazendo a parte dele. Agora é com Tite.

Vamos ver se Tite vai seguir com seus dogmas ou vai ceder a pressão e convocar Pedro, usando qualquer justificativa bem elaborada pela assessoria de imprensa da CBF. São inúmeros casos de jogadores que ficaram anos e anos dominando o futebol brasileiro (mais e por mais tempo que Pedro) e que nem tiveram chances ou demoraram uma eternidade para serem testados, vide Gabigol, por exemplo.

Lucas Veríssimo, ex-Santos, é o exemplo mais esdrúxulo e claro. Foi top nacional por anos no Brasil e não era nem lembrado. Assim que pisou na Europa ganhou uma convocação e, se não fosse uma lesão grave, estaria sendo convocado constantemente e teria uma vaga na Copa. Apenas por estar na Europa, mesmo tendo jogado muito melhor, com mais frequência e regularidade no Santos do que no velho continente. 

Pedro na Copa? É estranho. Não se discute o talento, mas se discute todos os impeditivos que Tite sempre colocou para outros jogadores e parece estar disposto a derrubá-los para chamar Pedro. Ele não foi testado, ele não tem experiência de seleção, ele não joga em um campeonato europeu de alto nível...

Se, de fato, Pedro for para Copa, qual será sua justificativa, Tite? E os outros jogadores que cansaram e brilhar aqui e nem sequer tiveram uma chance em um jogo fuleira qualquer? 

4 de ago. de 2022

Libertadores evidencia as diferenças entre Palmeiras e Corinthians

O Corinthians, desde o meio do ano passado, está com um projeto de fazer um time competitivo, brigar por títulos e ganhar dinheiro com premiações de campeonatos. Para tal, apostou em veteranos. Não tem problema nenhum em fazer isso, mas junto deles, vem os prós e os contras.

Salários altos, muita mídia, empolgação da torcida, lesões frequentes, necessidade de um rodízio constante e, consequentemente, um elenco mais fraco, já que o dinheiro está concentrado nos medalhões. Tudo o que se espera é que os medalhões resolvam os grandes jogos, mas, até agora, nenhum deles resolveu nada e mal estiveram em campo.

Willian, Paulinho, Renato Augusto, Róger Guedes, Gil, Fagner, Cássio, Giuliano, são todos jogadores com muita bagagem e, tirando Cássio e Fagner, os outros veteranos não causaram impacto nenhum na temporada do Corinthians, muito menos nos jogos grandes.

O time venceu apenas um clássico, foi engolido em casa pelo Flamengo, não mostrou poder de reação e, fora de casa, na Copa do Brasil, também foi dominado pelo Atlético-GO, igualmente sem poder de reação.

A impressão que me dá é que o projeto é malfeito e às pressas, sem um planejamento e uma ideia firme, o oposto do Palmeiras. Em todos os jogos decisivos, o elenco, mais novo e com menos renome, estava em plenas condições e capacidades físicas.

O projeto vitorioso do Palmeiras é de anos, não tem como comparar, mas a semana da Libertadores deixou claro o que é um time inteiro fisicamente e que sabe o que e como fazer e o que é um time perdido. Fora de casa, o Palmeiras buscou 0 a 2 e transformou em 2 a 2 em 40 minutos contra o Atlético-MG. O Corinthians, sem suas estrelas, sequer reagiu e agradeceu por ter perdido apenas de 2 gols.

Não é uma questão de quem é melhor, isso não cabe comparação, mas é uma questão de: como se monta um time de futebol. Qual é o caminho correto? Os rivais estão em rotas completamente opostas. Não existe apenas uma maneira de fazer futebol e de dar certo, a questão é que, a maneira do Corinthians não vem dando certo como deveria.