8 de ago. de 2020

Seleção do Paulistão 2020

Esquema: 4-3-3

Goleiro: Cássio (Corinthians)
Lateral esquerdo: Matías Viña (Palmeiras)
Zagueiro: Felipe Melo (Palmeiras)
Zagueiro: Gustavo Gómez (Palmeiras)
Lateral direito: Fágner (Corinthians)
Volantes: Patrick de Paula e Gabriel Menino (Palmeiras)
Meia: Daniel Alves (São Paulo)
Atacantes: Soteldo (Santos), Artur (RB Bragantino) e Willian (Palmeiras)
Técnico: Ricardo Catalá (Mirassol)

Melhor ataque: Palmeiras - 21 gols
Craque do Paulistão: Cássio (Corinthians)
Revelação do Paulistão: Patrick de Paula (Palmeiras)
Melhor defesa: Palmeiras - 7 gols sofridos
Surpresa positiva do Paulistão (time): Mirassol
Surpresa negativa do Paulistão (time): São Paulo
Mais assistências: Fágner (Corinthians) - 6
Artilheiro: Ytalo (RB Bragantino) - 7 gols


23 de jul. de 2020

Maurizio Sarri não está à altura da Juventus

     Quando foi especulada a contratação do técnico eu apoiei. Mais do que isso, me empolguei com a ideia de um futebol ofensivo e de posse de bola. Ele não existe. Já ficou claro que ele não está conseguindo fazer o time de Turim render nem o mínimo.
    Sarri fica preso nas ideias dele que fizeram o Napoli de alguns anos atrás um grande time e não se adequa aos estilos de jogadores que a Juventus tem. Quem perde é a Juve. Literalmente.
    Até existe uma ideia de jogo. A Juventus tentar manter a posse de bola mas não consegue ser agressiva, não consegue criar jogadas e, pior, a defesa que há anos é o ponto forte do time e não teve mudanças de jogadores se tornou vulnerável desde o começo do Sarri.
   O desempenho do time é medíocre e irregular. A Juventus se tornou um time estéril, sem fibra, mole, como há muito tempo não se via. Basta olhar os últimos resultados ridículos. Qual foi o último jogo decente da Juventus? Não vou nem perguntar quando foi o último jogo bom, já adianto que faz muito tempo.
    O ataque da Juventus antes de Sarri era regular e a defesa ótima. Seguimos com um ataque regular e agora temos, também, uma defesa do mesmo nível.
    Alguns dogmas Sarristas como Cristiano Ronaldo na ponta esquerda, Douglas Costa no banco para Bernadeschi jogar, Dybala de falso 9, Rabiot ou Matuidi fazendo a meia-direita não são cabíveis. Nenhuma dessas convicções funciona.
    O elenco da Juventus tem peças de sobra, muitos jogadores bons em todas as posições e com características diferentes, não é preciso improvisar, muito menos inventar.
    A questão é o arranjo. Dybala provavelmente é um dos jogadores mais criativos do futebol atual. Ele não pode jogar sendo um atacante, ele deve jogar preparando as bolas para os atacantes, o que ele faz muito bem. Dybala é mal utilizado e precisa de uma nova-velha função. Ele já provou que não rende jogando de falso 9, mas que rende bem atuando como meia de ligação, porquê então insistir em usá-lo assim?
   Com certeza se nós formos eleger aqui os melhores atacantes do mundo Cristiano Ronaldo estará no top five e até mesmo top três. Ninguém discute. Então porque o Cristiano Ronaldo joga longe do gol? Perguntas simples que não tem respostas.
   Cristiano Ronaldo na ponta-esquerda é uma aberração. Não faz o menor sentido. Ele tem 30 gols na Serie A porquê é muito craque. Se jogasse na posição certa, teria bem mais.
   Outra aberração do Mauricio Sarri é deixar Douglas Costa no banco. Ele é simplesmente um dos melhores pontos da atualidade. Do campeonato italiano, com certeza é o melhor. 
   É ridículo o Bernadeschi ser titular no lugar dele. Bernadeschi não cria jogadas, não defende, não faz gols, não dá dribles ou cruzamentos. 
   Além disso, quando Douglas Costa entra, é no lado direito, onde ele é menos bom, porque? Porquê Cristiano Ronaldo está na esquerda, quando deveria estar no comando do ataque, mas quem está é Dybala... tudo vai virando uma bola de neve e o ataque que tinha tudo para botar medo, fica inerte.
   A insistência de Maurizio Sarri nas suas crenças é algo bizarro e que precisa ser estudado. Ele parece tentar recriar a todo momento o Napoli que ele dirigiu anos atrás. Não queremos esse tipo de viúvas na Juventus.
   Maurizio Sarri não está altura da Juventus. Está na hora de trocar de técnico. Todos os problemas atuais da Juventus foram criados por Sarri e podem ser resolvidos com o elenco atual.

Um camisa 9 - Cristiano Ronaldo
Um ponta ótimo - Douglas Costa
Alguém para criar jogadas - Dybala

   Um time extremamente talentoso, com lideranças e jogadores com muito potencial, mas que não tem volume de criação e não se defende bem. Não é minimamente regular e está pegando gosto por perder jogos fáceis e tomar viradas impressionantes. Comete erros infantis tanto na defesa quanto no ataque e, mesmo assim, tem tudo para ser campeão italiano esse ano.
    Ano que vem não pode ser assim. A Inter de Milão vem forte...
   O 4-3-3 de Sarri de ofensivo só tem a cara, quando se joga com Bentancur, Rabiot e Matuidi ou Pjanic ou Ramsey ou qualquer outra variação. O meio-campo não é móvel ofensivamente nem sólido na fase defensiva. Uma catástrofe com ótimos nomes.
   Sugestões de esquema sem mudar muito o time:





9 de mar. de 2020

Os Deuses argentinos do futebol

    "Os Deuses do futebol". Quem nunca ouviu alguém falando isso na vida? Acho que um número bem próximo ao 0. Essa expressão seria para indicar uma criatura de força maior que guarda tudo e todos que estão conectados de alguma maneira com as 4 linhas e que faz de tudo, desde o impossível acontecer até o certo não ser mais tão certo.
    Justo Argentino porra? Porque isso? O lance não é a nacionalidade, mas o que ele aprontou nesse final de semana, que foi digno de um gol assinado por Pelé. Ou uma peça assinada pelo melhor dramaturgo em atividade. 
    Antes de qualquer outra coisa: o Deus argentino do futebol não é nem Maradona nem Messi, ok? Esse texto não cai nessa discussão. Entenda  os Deuses do futebol como um estranho, nesse momento, mas que tem nome, sobrenome e um bom gosto.
    Dói elogiar Argentinos, mas precisamos falar deles, principalmente quando acontece alguma coisa similar ao que aconteceu no último sábado. River Plate e Boca Juniors já tem uma rivalidade invejável e uma história sensacional, que ganhou mais um capítulo brilhante no último final de semana.
    Capítulo esse que será lembrado pelo resto da vida de uns enquanto outros vão querer esquecê-lo desesperadamente pelo resto das suas vidas miseráveis.
    Os atores da trama são os seguintes: 
  • River Plate: com um técnico que já ganhou tudo, menos o Campeonato Argentino. Jejum que parecia caminhar para o final, afinal de contas, o River jogava bem, ganhava na reta final da competição e tinha uma gordura para o segundo colocado.
  •  Boca Juniors: o maior rival dos líderes, que lutavam jogo a jogo para continuar na briga ao título. Trocaram de técnico na virada do ano e viam uma estrela antiga voltar aparecer, como se fosse até cadente. 
  • Os deuses caprichosos do futebol.
  • Maradona. Toda peça argentina sobre futebol precisa ter o Maradona incluso em algum momento.
    Na última rodada, 1 pontinho separava o River Plate do Boca Juniors e, o River, precisava de uma vitória em cima do Atlético Tucumán, algo completamente tangível, já que esse time foi eliminado na pré-Libertadores e não é uma grande força. O Boca precisava de um tropeço do maior rival e uma vitória contra o fraco Gimnasia la Plata, que é comandado por ninguém mais ninguém menos que Maradona. O próprio.
    1º ato. Os dois jogos começaram em horários iguais. Logo de cara uma surpresa: Maradona, rival do Boca em cargo, mas que carrega o Boca no coração beijou Carlitos Tévez na Boca antes da partida. 
    2º ato. O beijo faz efeito. De fato deu sorte. A outra surpresa: River Plate perdendo no primeiro tempo, bastava ao Boca vencer seu jogo e então, o cenário estava fechado, o título seria roubado das mãos do maior rival, não na mão grande, mas na Boca grande.
    3º ato. A esperança. O River empata o jogo, por enquanto, tudo certo para o título, até o chute de Tévez.
    4º e útlimo ato. O apagar das luzes. Gol do Boca. Agora bastava o Tucumán segurar o River e o Boca segurar o Gimnasia que o título seria Xeneize. Deu certo e, com um ponto de diferença, o Boca Juniors roubou o título, que estava na mão do maior rival justo na última rodada.
    Os deuses do futebol pregaram uma baita peça no River Plate, que ultimamente vem mandando no futebol argentino. 
    Justamente na hora de decidir o River Plate perdeu o gás, enquanto isso, o Boca Juniors viu uma brecha - muito pequena - de ser campeão e, de fato, foi. Nas últimas 5 rodadas, o Boca Juniors venceu todos os jogos, enquanto isso, o River Plate venceu 3 e empatou 2. 
    A estrela do Boca? Carlitos Tévez. Não só pelo gol do título, sim pelos 5 gols feitos nas últimas 4 rodadas do campeonato. Essa estrela ainda não morreu. Enverga a pesada camisa 10 e parece mais uma estrela cadente que uma decadente nesse momento.
    O adeus. As cortinas da La Bombonera se fecham e só me resta aplaudir de pé todos esses atores e, principalmente, o mais místico, que me soa mais familiar do que nunca: os Deuses do futebol.