30 de nov. de 2021

Todos os torcedores gostariam de torcer para um Palmeiras hoje

Não é todo dia que acontece de um clube se sagrar bicampeão consecutivo da Libertadores. O último a conseguir o feito foi justamente o Boca Juniors, em 2000/01 com uma conquista justamente em cima do Palmeiras, o time que quebrou o tabu 20 anos depois.

"Querer que o seu time seja o Palmeiras", ou se torne, vai muito além das conquistas atuais. Passa por tratar a pandemia de uma maneira humana, ter paciência com a melhor geração de "Crias da Academia" de sua história, equacionar e lidar bem com suas dívidas e situação financeira, além de ter uma das mais modernas arenas - e modelos de gestão - da América Latina, passando, claro, por um patrocinador forte.

O cenário é o ideal para um clube seguir sendo campeão constantemente, mas não significa a certeza de que ganhará todos os anos. O próprio Palmeiras explica isso, tinha todos esses fatores em 2017, por exemplo, e passou em branco, assim como em 2019.

Os fracassos formam caráter e esse time do Palmeiras, na mesma medida que tem muitas glórias, passou por inúmeros fracassos, como perder três finais de campeonatos paulistas, duas recopas nos pênaltis, o Mundial e tantos outros desde 2015. É preciso aceitar, nem sempre se ganha e, quando se perde, é preciso formar uma casa. Esse atual elenco do Palmeiras já formou.

Hoje, o torcedor palmeirense é privilegiado, o técnico é palmeirense e entende como a torcida quer o time, os jogadores são conectados com a torcida e deixam tudo em campo e a diretoria, por mais que seja muito criticada, tem também motivos para receber elogios. Hoje é fácil torcer para o Palmeiras.

Nem sempre foi. O clube, que hoje é tricampeão da Libertadores, 9 anos atrás, em 2012, estava caindo para Série B e, seu maior rival, o Corinthians, era o atual campeão da Libertadores e Mundial. Como se não bastasse isso, o São Paulo tinha acabado de conquistar a Sul-Americana.

O Palmeiras e toda sua torcida provou do amargo pra saber o verdadeiro gosto do doce, que vive agora, e sabe apreciar. A conquista da Libertadores tem uma cara: Abel Ferreira, e vários personagens. Gustavo Gómez, Raphael Veiga, Dudu, Felipe Melo, Weverton entre outros.

Estar nos trilhos, como o Palmeiras está, é fácil, mais fácil ainda é sair dos trilhos e é um milhão de vezes mais difícil voltar à eles. Verde até pode ser a cor da inveja hoje, mas é preciso ser a cor da coerência, como vem sendo, nos próximos anos se o Palmeiras quiser ser o time que todos gostariam de torcer.

25 de nov. de 2021

Grêmio decidirá amanhã em qual divisão vai jogar ano que vem

O Grêmio visita o Bahia amanhã em um jogo que terá o valor de uma "final" para ambas equipes, que podem morrer abraçadas em caso de empate ou escapar com uma vitória contra um concorrente direto.

No momento, o Bahia tem 37 pontos e está na zona de rebaixamento com 33 partidas realizadas. O Grêmio soma 36 pontos, mas já fez 34 jogos e está uma posição abaixo do Bahia. Lembrando: o Campeonato Brasileiro conta com 38 rodadas e o primeiro time fora do Z4, o Juventude, tem 40 pontos em 34 jogos.

Quem ganhar respira. Se o Grêmio perder, não acredito que conseguirá escapar e se manter na elite, já que enfrenta ainda São Paulo, Corinthians e Atlético-MG (que já deve estar coroado como campeão).

O Bahia precisa desesperadamente da vitória para manter o Grêmio abaixo - com certa distância, e chegar no Juventude. Vale ressaltar que o Bahia ainda enfrenta o Atlético-GO, que não se livrou completamente do rebaixamento e tem 41 pontos, ou seja, o Bahia fará dois confrontos diretos seguidos e eles vão definir o futuro do time.

Se o Bahia vencer ambos confrontos, dispara, chega em 43 pontos e termina o campeonato contra Atlético-MG, Fluminense e Fortaleza. O Bahia pega o Grêmio sexta e o Atlético-GO na segunda e essas partidas são as que vão definir em qual divisão o time jogará na próxima temporada.

A situação do Grêmio é bem mais complicada, seja por ter menos pontos, menos rodadas para disputar ou por ter uma tabela mais desagradável. Para o Grêmio, só vitórias interessam, qualquer resultado diferente disso agora é sinônimo de Série B com Vasco, Cruzeiro e cia em 2022.

O Grêmio vive um momento melhor que o Bahia, que não vem desempenhando bem. O empate é ruim para o Bahia, mas ainda o mantém com chances mínimas por conta do outro confronto direto, mas acho que já rebaixa o Grêmio.

Uma vitória gremista coloca mais fogo no campeonato e "reabre" uma vaga à segunda divisão 2022, mas vai precisar ser acompanhada de muitos tropeços de Juventude, Atlético-GO, São Paulo, Athletico e Santos para valer de algo.

17 de nov. de 2021

Todos gostariam de torcer para seleção do Tite, menos os brasileiros

Ontem o Brasil empatou fora de casa com a Argentina sem seu maior craque. Argentina foi com o que tinha de melhor e atual campeã da Copa América, em cima do Brasil e no Maracanã. 

As Eliminatórias Sul-Americanas já não tem mais valor para o Brasil. A seleção se classificou à Copa do Mundo com seis rodadas de antecedência e invicta. Isso é um absurdo e algo nunca antes visto. Provavelmente, não será visto depois da saída de Tite também. Agravante: a geração de jogadores não é a melhor que temos. O técnico não foi carregado pelo talento em campo.

Enquanto isso, do outro lado do mundo, a Itália, atual campeã da Eurocopa, vai enfrentar sua segunda repescagem à Copa do Mundo seguida. Portugal, com Cristiano Ronaldo e, talvez, a melhor geração de sua história, também. A Holanda só garantiu a vaga na última rodada, depois de ficar de fora da Copa do Mundo de 2018, e tanto Alemanha quanto França se classificaram com duas rodadas de antecedência.

Reparou no tamanho da disparidade? O grupo da Itália, que fez com que ela jogasse a repescagem é: Suíça, Irlanda do Norte, Bulgária e Lituânia. Mamão com açúcar para a atual campeã europeia e a seleção que ficou 37 jogos seguidos apresentando bom futebol, sofrendo poucos gols e sem perder, né? Parece que não.

Portugal ficou no Grupo A com: Sérvia, Luxemburgo, Azerbaijão e Irlanda. Falhou também. E se fosse a seleção brasileira? Tite estaria preso. E se Neymar estivesse nela? Não pisaria mais no Brasil. Na América do Sul, o Brasil enfrentou adversários mais cascudos como: Uruguai, Argentina e Colômbia e, mesmo assim, atropelou.

Existe um ranço pela seleção por N motivos. "Jogar contra Bolívia e Venezuela é fácil", parece realmente que, quando tudo é bem organizado, é fácil mesmo. Aliás, jogar contra Lituânia e Luxemburgo me parece um grande desafio.

Tenho muitas ressalvas ao jeito que Tite comanda a seleção e, principalmente, convoca, mas é preciso ressaltar que o trabalho é impecável. Em um país resultadista, ele entrega resultados, mantém seu emprego e o sonho vivo de disputar mais uma Copa do Mundo. Ponto.

Se o Brasil desse show, jogasse um futebol maravilhoso e ficasse fora de uma Copa do Mundo pela primeira vez na sua história, Tite e Neymar seriam reverenciados aqui? Certeza que não. Quem sabe agora, já classificado, Tite não arrisque um pouco mais.

10 de nov. de 2021

Felipão é pouco reconhecido pelos seus feitos

Felipão completou 73 anos de vida nessa semana e, ao meu ver, poucas pessoas dão o devido valor para o técnico que ganhou tanto, incluindo uma Copa do Mundo invicto.

É claro que as torcidas que foram felizes com ele não esquecem as duas Libertadores conquistadas, quatro Copas do Brasil, dois Brasileirões e afins, mas grande parte das pessoas só pensam em rótulos como 'retranqueiro', 'ultrapassado' e '7x1'.

Até onde isso é justo? Estamos falando, em termos de conquistas, de um treinador facilmente top3 da história do Brasil e de Portugal, onde ele é muito admirado e reconhecido pelo vice-campeonato da Eurocopa de 2004 e o quarto lugar na Copa de 2006 com o país.

Além disso, é uma pessoa que não trabalha apenas com 'camarões', como ele mesmo diz. Fez longo trabalho em um Palmeiras fraquíssimo, apenas com 'sardinhas' entre 2010 e 2012, no Cruzeiro na Série B, onde a missão era não cair à C e ele cumpriu e no Grêmio, em 2021, quando assume o Grêmio no z4, de onde não saiu com o Felipão, mas teve aproveitamento equivalente ao 7° colocado no Brasileirão. É preciso coragem e ele a tem, além de sempre demonstrar seu carinho e gratidão aos clubes, o que nem sempre é retribuído.

Óbvio que as falhas e os deméritos existem, mas é injusto apenas falar deles quando se trata de um treinador que, por muito, tem mais méritos em sua trajetória profissional.

Diante de tudo isso, vejo que apenas os torcedores do Palmeiras e a instituição tratam Felipão como 'imortal', enquanto, para outros clubes, ele é só mais um grande técnico célebre. Parabéns, Felipão. O Scolarismo ainda vive, é admirado e valorizado. Todo dia é dia de um vencedor como você.

5 de nov. de 2021

Hoje Neymar é 'lobo solitário', mas amanhã pode ter boa matilha

 Os brasileiros sempre estiveram acostumados com grandes gerações de craques na seleção. Pelé, Garrincha e mais uma rapaziada. A turma de 82. Romário, Bebeto, Zinho, Dunga, Taffarel e a geração dos melhores do mundo, os 'R´s', que aterrorizavam a Europa na mesma medida que traziam encanto. Neymar nunca teve isso.

Ronaldinho, Rivaldo, Roberto Carlos, Kaká (Ricardo), Ronaldo Fenômeno e Romário. O 'fundão' dos anos 90 e começo dos anos 200 foi uma safra diferenciada e abençoada, mas curiosamente não é a de ouro, é a dos melhores do mundo. Todos citados foram, excessão a Roberto Carlos, lateral que foi vice de Ronaldo. Mesmo assim, a geração que trouxe a primeira medalha de ourou nas Olimpíadas é a de Neymar e só. Mais ninguém para o ataque.

Neymar estreou em 2010 na seleção principal e já meteu um gol e, desde então, procuramos parceiros bons para ele e não chegamos a nada longevo. Durante todos esses anos ele foi inquestionável. Já pensamos em Coutinho e Everton Cebolinha, hoje olhamos para Paquetá, Raphinha e Firmino. Grande abismo para os anos 90-00.

Adriano Imperador, Robinho, Alex e tantos outros craques também faziam parte da geração mais talentosa da história, seriam titulares absolutos hoje e nenhum deles sobrou para passar o bastão para Neymar, que teve que assumir o protagonismo sozinho, desde cedo.

Hoje, olhamos para a safra dos nascidos entre 1997 e 2002, a segunda geração, literalmente, de ouro, e temos esperança. Quem sabe Neymar não pode ser o veterano que vai passar o bastão para algum jovem? Vinícius Júnior, Antony, Gabriel Jesus, Rodrygo e até mesmo os jovens que atuam no futebol brasileiro ainda em Palmeiras, São Paulo, Corinthians e Grêmio, principalmente.

Neymar é um caso curioso. Na mesma medida em que é sortudo, por tudo, é um azarado, por quase tudo também. É muito craque, mas talvez fosse apenas 'mais um', como tantos foram se tivesse nascido mais cedo e, se algum desses que era preterido nos anos 90-00 tivesse nascido mais tarde, seria o grande par de Neymar.

Resta torcer para o desenvolvimento desses jovens bons e promissores que o Brasil tem. Quem sabe eles não desabrocham ainda em tempo de tirar a responsabilidade de Neymar na seleção e deixá-lo se divertir um pouco com a amarelinha.