18 de dez. de 2022

Seleção da Copa do Mundo de 2022

                                                          Esquema: 4-3-3

Goleiro: Emiliano Martínez (Argentina)
Lateral esquerdo: Theo Hernández (França)
Zagueiro: Upamecano (França)
Zagueiro: Gvardiol (Croácia)
Lateral direito: Hakimi (Marrocos)
Volante: Tchouaméni (França)
Meias: Modric (Croácia) e Messi (Argentina)
Atacantes: Giroud e Mbappé (França) e Julián Álvarez (Argentina)
Técnico: Lionel Scaloni (Argentina)

Melhor ataque: França - 16 gols
Craque da Copa: Messi (Argentina)
Revelação da Copa: Livakovic (Croácia)
Artilheiro: Mbappé (França) - 8 gols
Surpresa negativa da Copa (time): Brasil
Surpresa positiva da Copa (time): Marrocos



Time B: 4-3-3


Goleiro: Livakovic (Croácia)
Lateral esquerdo: Dumfries (Holanda)
Zagueiro: Thiago Silva (Brasil)
Zagueiro: Maguire (Inglaterra)
Lateral direito: Molina (Argentina)
Volantes: Enzo Fernández (Argentina) e Amrabat (Marrocos)
Meia: Griezmann (França)
Atacantes: Ziyech e Boufal (Marrocos) e Richarlison (Brasil)
Técnico: Walid Regragui (Marrocos)

16 de nov. de 2022

Seleção do Brasileirão 2022

                                                         Esquema: 4-4-2

Goleiro: Cássio (Corinthians)
Lateral esquerdo: Piquerez (Palmeiras)
Zagueiro: Murilo (Palmeiras)
Zagueiro: Gustavo Gómez (Palmeiras)
Lateral direito: Marcos Rocha (Palmeiras)
VolantesZé Rafael (Palmeiras) e João Gomes (Flamengo)
Meias: Arrascaeta (Flamengo) e Gustavo Scarpa (Palmeiras)
Atacantes: Cano (Fluminense) e Pedro Raul (Goiás)
Técnico: Abel Ferreira (Palmeiras)

Melhor ataque: Palmeiras - 66 gols feitos
Craque do Brasileirão: Gustavo Scarpa
Revelação do Brasileirão: João Gomes
Melhor defesa: Palmeiras - 27 gols sofridos
Surpresa negativa do Brasileirão (time): Atlético-MG - 7°
Surpresa Positiva do Brasileirão (time): Fluminense - 3°
Mais assistências: Gustavo Scarpa - 13
Artilheiro: Cano - 26 gols

Time B: 4-2-3-1

Goleiro: Joao Paulo (Santos)
Lateral esquerdo: Renê (Internacional)
Zagueiro: Nino (Fluminense)
Zagueiro: Maicon (Santos)
Lateral direito: Bustos (Internacional)
Volante: André (Fluminense) e Carlos De Peña (Internacional)
Meia: Jhon Arias (Fluminense), Éverton Ribeiro (Flamengo) e Dudu (Palmeiras)
Atacantes: Pedro (Flamengo)
Técnico: Juan Pablo Vojvoda (Fortaleza)

7 de set. de 2022

Ela, nós e o futebol

Não existe ambiente igual. Quem já foi ao estádio ver uma partida de futebol sabe que a sensação é melhor do que qualquer orgasmo, casamento ou receber o mais desejado dos presentes. Pertencimento. Essa é a palavra. Todos somos um e, neste momento, não temos diferenças, temos um time, que, obviamente, precisa de nós, assim como nós vivemos por ele.

Automaticamente você é meu irmão. Seja no metrô, na barraquinha de lanches ou na saudosa caminhada rumo ao estádio. Você está com a minha identidade, carrega o escudo do meu time no seu peito. Hoje, eu viro nós e nós temos apenas um objetivo. Você sabe qual é.

Tum-Tum-Tum, e vai ficando mais alto. Cada vez tem mais gente como nós. E hoje, mais do que nunca, somos nós contra eles. Nada mais importa. Tum-Tum-Tum. O coração entra no compasso da torcida organizada, o nariz sente o cheiro do pernil feito na hora, os ouvidos ouvem um falatório misturado com música e gritaria, a mão começa a suar sem você perceber até que, enfim, chegamos ao templo sagrado de todas as torcidas: o estádio de futebol.

Não sou de ter pena, afinal, não sou ave, mas lamento quem não ama, torce e vive por futebol. Que vida sem sal! A prova de que falta algo aos infelizes é que, em ano de Copa do Mundo, eles também viram nós. “Não se estresse, é só futebol”. Você já ouviu isso em época de Copa? Eu não, e nem pretendo ouvir, mas sei que vou me estressar.

Febre. Tremedeira. Confusão. Desgaste corporal. Raiva, muita raiva. Tudo junto. Me perguntam no hospital: “O que aconteceu?”. A resposta é óbvia, mas a medicina ainda não está tão avançada para curar torcedores fanáticos. Só existe uma resposta possível: “Meu time perdeu”. Nós lotamos o estádio, fizemos a festa mais linda de todos os tempos e o maldito do árbitro nos roubou.

Você pode não saber, mas tudo isso é por ela. Eu estou aqui por ela, você está aqui por ela, ele está aqui por ela e tudo isso foi construído para ela. Nós torcemos, indiretamente, para ela. Entra!, Entra!, Entra!, Ou Sai!, Sai!, Sai!

“Oba lá vem ela estou de olho nela

Não me importo que ela não me olhe

Não diga nada e nem saiba que eu existo

Quem eu sou pois eu sei muito bem quem é ela

E fico contente só em ver ela passar

[...] 

Pois sem saber ela é minha alegria

Mas ela deve ter um nome bonito igual a ela”, Jorge Ben Jor, flamenguista.

Sabe qual é o nome dela? Bola. A vida é uma releitura. A bola é mulher, a mais ciumenta, e precisa ser bem tratada, como diria Neymar. Jorge Ben quis retratar uma mulher em seus versos e, por que não a bola?

A santa bola, a princesa nessa história. A torcida vive para ver suas ações, mas sempre existe um vilão. Criatura sombria e asquerosa, nunca antes elogiada, sempre mal-intencionado e se esgueirando dos microfones e câmeras, aquele que nunca foi cantado em música, mas sempre é lembrado por todas as torcidas: o árbitro, que nos roubou hoje.

Torcedor que nunca xingou o árbitro, nunca se entregou de verdade. Quem nunca foi parcial, não torceu direito, quem não tem suas mandingas específicas durante o jogo, é leviano e quem é o herói dessa história toda só pode ser a torcida, que sempre supera os terríveis atos falhos dos árbitros e, contra tudo e contra todos, inclusive a vil imprensa, carregam o time e a princesa Bola rumo à terra prometida.

31 de ago. de 2022

Tinha que ser você, Felipão

O Palmeiras, no momento, é uma dinastia no Brasil e na América do Sul. São inúmeros títulos e recordes, principalmente sob a batuta do técnico Abel Ferreira. O engraçado é que, justamente um amado e velho conhecido da torcida é o responsável por atrapalhar a dominação atual do Palmeiras.

Luiz Felipe Scolari, o Felipão, derrotou o Palmeiras no jogo de ida da Libertadores e dificultou bastante a missão dos comandados de Abel Ferreira de ganhar o tri continental seguido. 1 a 0 magro em casa na Libertadores, como manda o script do Felipão. Com esse resultado, ele derrubou:

  • Invencibilidade do Palmeiras de 20 jogos fora de casa na Libertadores (recorde da competição);
  • Invencibilidade de 13 jogos do Palmeiras na atual edição;
  • Invencibilidade de 18 jogos seguidos na Liberta (recorde da competição);
  • Invencibilidade desde 2017 na Arena da Baixada, estádio do Athletico.
Isso não garante que o Palmeiras está morto e que o Athletico está na final, mas significa muito. Esse mesmo time do Athletico, na fase de grupos, perdeu de 5 a 0 para o The Strongest, o que resultou na demissão de Carille e contratação de Felipão. Desde então, o Athletico voltou a ser forte e competitivo.

Ninguém conhece o Palmeiras melhor que o Felipão. De quebra, ele ainda conhece muito bem Abel Ferreira e os principais nomes desse elenco multicampeão atual. Felipão sabe o que vai encontrar no jogo de volta, no Allianz Parque. Felipão sabe como vencer com times bons, ruins, na adversidade e também na boa fase.

Felipão sabe que ele está diante do time hegemônico na década e do atual bicampeão, mas, se existe alguém que pode derrubar esse atual Palmeiras do trono, é o bom e velho Don Felipe, que conhece muito bem os meandros do mata-mata.

Tinha que ser você, Felipão. Não poderia ser nenhum outro técnico a derrubar todas as invencibilidades do Palmeiras, tinha que ser você, justamente você, talvez o maios representante de o que é ser Palmeiras. A torcida entende que é o seu trabalho e que só podia ser você a por um fim desses na ótima sequência de invencibilidades do time.

Dito isso, tudo segue muito aberto para o jogo de volta e o bom e velho Felipão segue falando que é palmeirense e mostrando aos críticos que ele sabe muito mais de futebol do que a maioria deles.

18 de ago. de 2022

Pedro já é seleção?

Pedro, atacante do Flamengo, está iluminado. Bom ele sempre foi, todos nós sempre soubemos disso, mas, durante um bom tempo, ele viveu às sombras de Gabigol. Agora, por incrível que pareça, ele é protagonista do Flamengo. Isso já vale uma vaguinha na Copa do Mundo?

2022 já é o ano do Pedro. Ele deu sorte. 

  • Bruno Henrique se lesionou gravemente, o que abriu espaço para ele ser titular;
  • Dorival Júnior, que não tem nada a perder resolveu testar ele como dupla de Gabigol;
  • A Copa do Mundo só será disputada em novembro e dezembro.

Se a Copa fosse no meio de 2022, Pedro não teria tido nem chances. Se Dorival Júnior não chegasse com a coragem que chegou e tentasse algo novo, uma mudança, Pedro não teria nem chances e, principalmente, se Bruno Henrique, histórico parceiro de ataque de Gabigol, não se lesionasse, Pedro continuaria com o rótulo de "reserva de luxo" e nem teria chances. O "se", nesse caso, salvou o Pedro.

Em 20 jogos sob o comando de Dorival Júnior são 12 gols, 5 assistências e uma chuva de elogios, com direito a torcida especializada da mídia para ele ir à Copa do no final do ano. Pedro está fazendo a parte dele. Agora é com Tite.

Vamos ver se Tite vai seguir com seus dogmas ou vai ceder a pressão e convocar Pedro, usando qualquer justificativa bem elaborada pela assessoria de imprensa da CBF. São inúmeros casos de jogadores que ficaram anos e anos dominando o futebol brasileiro (mais e por mais tempo que Pedro) e que nem tiveram chances ou demoraram uma eternidade para serem testados, vide Gabigol, por exemplo.

Lucas Veríssimo, ex-Santos, é o exemplo mais esdrúxulo e claro. Foi top nacional por anos no Brasil e não era nem lembrado. Assim que pisou na Europa ganhou uma convocação e, se não fosse uma lesão grave, estaria sendo convocado constantemente e teria uma vaga na Copa. Apenas por estar na Europa, mesmo tendo jogado muito melhor, com mais frequência e regularidade no Santos do que no velho continente. 

Pedro na Copa? É estranho. Não se discute o talento, mas se discute todos os impeditivos que Tite sempre colocou para outros jogadores e parece estar disposto a derrubá-los para chamar Pedro. Ele não foi testado, ele não tem experiência de seleção, ele não joga em um campeonato europeu de alto nível...

Se, de fato, Pedro for para Copa, qual será sua justificativa, Tite? E os outros jogadores que cansaram e brilhar aqui e nem sequer tiveram uma chance em um jogo fuleira qualquer? 

4 de ago. de 2022

Libertadores evidencia as diferenças entre Palmeiras e Corinthians

O Corinthians, desde o meio do ano passado, está com um projeto de fazer um time competitivo, brigar por títulos e ganhar dinheiro com premiações de campeonatos. Para tal, apostou em veteranos. Não tem problema nenhum em fazer isso, mas junto deles, vem os prós e os contras.

Salários altos, muita mídia, empolgação da torcida, lesões frequentes, necessidade de um rodízio constante e, consequentemente, um elenco mais fraco, já que o dinheiro está concentrado nos medalhões. Tudo o que se espera é que os medalhões resolvam os grandes jogos, mas, até agora, nenhum deles resolveu nada e mal estiveram em campo.

Willian, Paulinho, Renato Augusto, Róger Guedes, Gil, Fagner, Cássio, Giuliano, são todos jogadores com muita bagagem e, tirando Cássio e Fagner, os outros veteranos não causaram impacto nenhum na temporada do Corinthians, muito menos nos jogos grandes.

O time venceu apenas um clássico, foi engolido em casa pelo Flamengo, não mostrou poder de reação e, fora de casa, na Copa do Brasil, também foi dominado pelo Atlético-GO, igualmente sem poder de reação.

A impressão que me dá é que o projeto é malfeito e às pressas, sem um planejamento e uma ideia firme, o oposto do Palmeiras. Em todos os jogos decisivos, o elenco, mais novo e com menos renome, estava em plenas condições e capacidades físicas.

O projeto vitorioso do Palmeiras é de anos, não tem como comparar, mas a semana da Libertadores deixou claro o que é um time inteiro fisicamente e que sabe o que e como fazer e o que é um time perdido. Fora de casa, o Palmeiras buscou 0 a 2 e transformou em 2 a 2 em 40 minutos contra o Atlético-MG. O Corinthians, sem suas estrelas, sequer reagiu e agradeceu por ter perdido apenas de 2 gols.

Não é uma questão de quem é melhor, isso não cabe comparação, mas é uma questão de: como se monta um time de futebol. Qual é o caminho correto? Os rivais estão em rotas completamente opostas. Não existe apenas uma maneira de fazer futebol e de dar certo, a questão é que, a maneira do Corinthians não vem dando certo como deveria.

29 de jul. de 2022

Vítor Pereira corre o sério risco de morrer como o peixe, pela boca

O português Vítor Pereira, do Corinthians, é um ótimo técnico. Ele sabe de tática, é experiente, já venceu títulos no exterior e consegue dar, rapidamente, um padrão mínimo ao seu time, mas, ao meu ver, fala muito, e com muita sinceridade, principalmente no que diz respeito ao seu elenco.

As entrevistas coletivas de Vítor Pereira são excelentes para a imprensa, mas ele próprio cria os problemas que serão discutidos. Muitas vezes, o problema nem foi notado, mas ao fazer uso do bom e velho "sincericídio" de sempre, Vítor faz com o que o problema ganhe vida.

Recentemente ele disse que Willian, Yuri Alberto e Róger Guedes não podem jogar juntos e justificou que os três não marcam e, com isso, o time fica exposto pelos lados. É 100% verdade, mas ninguém estava problematizando isso. O tema não estava em discussão. Ninguém havia percebido até ele falar.

Agora, só se fala nisso: Quem vai ficar de fora? Qual será o trio de ataque titular? Qual o motivo de gastar tanto em atacantes se o técnico não vai colocá-los jogando juntos? O problema foi criado, e pelo próprio Vítor.

Não é a primeira vez que ele faz isso. Vítor já deu declarações muito duras ao falar de Róger Guedes, basicamente dizendo que não confiava no atacante. Obviamente não pegou bem e a resposta veio rapidamente. O clima azedou. Crise formada e sem nenhuma necessidade. 

Vítor é muito sincero e os jogadores brasileiros não estão acostumados ou preparados para isso. A grosso modo, são mimados. Nunca, jamais, em hipótese alguma um técnico deve criticar o seu jogador individualmente em uma coletiva de imprensa. É o manual básico do técnico no Brasil. Vítor Pereira não liga pra isso.

Enquanto o time está vencendo e todos os jogadores estão tendo minutos, tudo bem, passa batido. No momento em que acontecerem eliminações e o técnico não funcionar como um "escudo" para os jogadores, a casa deve cair. 

Jogadores no Brasil gostam de serem tratados coletivamente quando o assunto é negativo e individualmente quando se trata de coisa positiva, por mais que omitam. Além disso, entendem que é uma obrigação moral, como um pacto de vida quase, que o técnico sempre defenda eles em público. Vítor Pereira ou não entendeu isso ainda, ou não liga muito para essa parta do relacionamento com os atletas.

Ser técnico no Brasil é complicado. É uma profissão de risco a integridade física e mental. Vítor Pereira, se quiser durar mais com seu elenco, precisa ser menos direto e mais fugaz em suas respostas. Não estou fazendo juízo de valor de quem está certo ou quem está errado, mas que é possível se constatar que Vítor causa vários problemas internos desnecessários com suas declarações sinceras em público, isso é, e é bem fácil.

21 de jul. de 2022

Segundo turno do Brasileirão deve ser bem diferente do primeiro

 Um novo Brasileirão começou ontem e a ordem de forças pode mudar drasticamente de acordo com o desempenho das chegadas e saídas. A contratação que se adaptar rápido e gerar um impacto imediato vai fazer o time decolar, os que demorarem mais podem perder a oportunidade.

O Corinthians fechou com Balbuena e Yuri Alberto. Chegam para assumir a titularidade. O Flamengo acertou com Arturo Vidal e Everton Cebolinha, que podem se tornar os melhores das respectivas posições da América do Sul em pouco tempo. O Palmeiras fechou com dois atacantes gringos, posição que o time agonizava, enquanto o Atlético-MG deu profundidade ao elenco com Kardec e Pedrinho e o São Paulo, finalmente, deu um ponta para Rogério Ceni.

Muitos desses citados já até estrearam, inclusive, gerando impacto, como as assistências de Cebolinha e Yuri Alberto. Acredito fortemente que o segundo turno do Brasileirão pode ter uma tônica bem diferente do primeiro turno por causa das contratações.

É bom frisar que, na mesma medida que existem as chegadas, ocorrem as saídas. O Palmeiras, bicampeão da Libertadores, deve vender Gabriel Veron e Breno Lopes em breve. Qual impacto isso terá no elenco? O São Paulo já vendeu Gabriel Sara também.

Uma nova ordem de forças pode surgir no segundo turno, os reforços tem calibre para desequilibrar o campeonato e eu apostaria que vão sim fazer isso.

15 de jul. de 2022

Copa do Brasil céu e inferno

América, Athletico, Atlético-GO, Fortaleza, Fluminense, Flamengo, Corinthians e São Paulo. Esses oito times estão nas quartas de final da Copa do Brasil, um feito e tanto.

Como esperado, alguns estão em lua de mel com a torcida. Corinthians, Flamengo, São Paulo, Fortaleza e Atlético-GO passaram por cima de antigas rivalidades para avançar de fase. Nada melhor do que vencer um clássico, se classificar e ganhar uma gorda premiação por passar de fase. Dá um ânimo e uma moral necessária pro resto da temporada.

Botafogo, Bahia, Goiás, Ceará, Cruzeiro, Atlético-MG, Santos e Palmeiras foram os eliminados da vez. Muitos deles, nem no céu estavam, mas agora já desceram pra baixo do inferno com a eliminação.

É normal ser eliminado em um jogo de copa, mas tirando o Ceará, todos os times eliminados tiveram uma história bem perversa.

Botafogo - 5 a 0 contra no agregado;
Bahia - ótimas chances de reverter o placar no jogo de volta desperdiçadas;
Cruzeiro - perdeu na ida e tomou um 3 a 0 em casa na volta;
Atlético-MG - mesmo com a vantagem no jogo de ida, foi eliminado;
Santos - perdeu de 4 a 0 um clássico;
Palmeiras - conseguiu reverter um placar adverso, teve a chance de selar a classificação e foi eliminado nos pênaltis;

As coisas precisam ser revistas, tanto pra quem foi eliminado quanto pra quem se classificou. Não vejo, no momento, a necessidade de começar tudo do zero em nenhum clube, mas é preciso reavaliar alguns processos.

Aos classificados, é hora de comemorar, mas ressaltando que nenhum time, exceção feita ao América e talvez ao Fluminense, foi perfeito nas oitavas de final da Copa do Brasil.

5 de jul. de 2022

Sampaoli, o Flamengo te espera

Com todo respeito ao atual técnico do Flamengo, Dorival Júnior, mas não acredito que a diretoria do clube tenha muita convicção no trabalho dele. Sampaoli, que está desempregado, será, sem dúvidas, uma grande sombra para Dorival. O Fla tem as condições financeiras para pagar o salário do argentino e fazer as contratações que ele tanto deseja. Mais do que isso, o Flamengo tem a necessidade e a pressão de ser campeão pra ontem.

Sampaoli não é um cara de projeto. Ele assume um clube, eventualmente vence, e deixa saudades por conta de um futebol intenso e vistoso, mas sempre sai  brigado. Não é garantia de resultados, muito pelo contrário, é sinônimo de tumulto, mas é um bom técnico e que pode entregar coisas boas ao Flamengo. Sampaoli é presente, não futuro, mas também pode ser um belo presente de grego.

Um ano no Santos. Um ano no Atlético-MG. Um ano no Olympique de Marselha. Isso é Sampaoli. Acredito que ele pode ser o técnico para melhorar o desempenho do time e, quem sabe, vencer algo com o ótimo elenco do Flamengo. Em que se pese tudo isso, Sampaoli deixou todos os clubes pelas portas dos fundos, por isso, não acredito em um retorno ao Galo, que tem uma situação parecida com o Flamengo no momento.

O pior de tudo? Eu acho que Sampaoli combina com a diretoria do Flamengo, para o bem e para o mal. Visceral, impulsivo, um pouco desorganizado e que gosta dos holofotes e de estar no centro das atenções, polêmicas e da mídia.

O contra-argumento perfeito para refutar a ideia que Sampaoli é um bom nome no Flamengo é a passagem do técnico pela seleção da Argentina. Teve de lidar com medalhões e perdeu o comando do vestiário durante a Copa do Mundo. Fiasco. O Flamengo é cheio de medalhões, que mandam e desmandam não só no vestiário, mas no clube inteiro, e Sampaoli tem uma personalidade, no mínimo, singular, intensa e complicada. Isso poderia gerar um atrito entre as partes e até justificar a não-contratação dele pelo clube. Precisa ser levado muito em conta.

Tudo isso é leviano, não existe nada além das correlações da minha cabeça, mas realmente vejo que faz algum sentido. Novamente, com todo respeito a Dorival Júnior, acredito que é uma questão de tempo para ele ser queimado e a diretoria do Flamengo contratar Jorge Samapaoli.

29 de jun. de 2022

Neymar no PSG é fiasco ou apenas uma decisão errada?

Neymar deixou o Barcelona em 2017 para ser "a cara" do novo Paris Saint-Germain, aquele que ganharia em breve a Liga dos Campeões. Em 2022, parece que o PSG quer deixar Neymar para trás e usar Mbappé como a "nova cara" do novo Paris Saint-Germain para vencer a Champions.

Neymar não conseguiu sozinho. Poucos conseguem sozinhos. Romário tinha Bebeto. Agora, a sensação que fica é que o brasileiro foi apenas um "escudo" para aguentar a pressão enquanto Mbappé se desenvolvia com tranquilidade. Um escudo muito bem pago, com ambições e ótimos momentos, mas ainda um escudo.

Mbappé quase nunca foi criticado, sempre foi o menino de ouro de Paris, enquanto Neymar sofreu muito, por suas ações e por vezes apenas por ser midiático e um pouco antipático. Fato é: nem sozinho, nem com Mbappé, Neymar conseguiu vencer a Liga dos Campeões. Chegou, então, o reforço mais pesado da história, talvez, Messi. Não deu também.

Agora, com a renovação de Mbappé, é a hora da inversão de valores. O francês é a cara do projeto e, vamos ver se será criticado com a mesma intensidade e vigor que Neymar foi se não conseguir vencer a Champions. Uma eventual saída pela porta dos fundos será triste e injusta com Neymar, acho que ele merece respeito, por mais que tenha sido uma relação conturbada e sem alcançar o principal objetivo.

Pode ser que Neymar não saia do PSG exatamente agora, mas, quando sair, acredito que será com status melancólico. Chegou como a contratação mais cara da história, com muitas expectativas  responsabilidades, mas não será a cara do PSG campeão da Champions.

Não acredito que Neymar retome seu protagonismo no time e, nem que ganhe a Liga dos Campeões, acho que ele será um ídolo. Muito pelo contrário, imagino que Neymar sempre será um dos mais controversos quando o assunto for decisão de carreira e passagem pela Europa.

Ninguém ousa duvidar que ele é craque, mas é preciso muita coragem, ou ganância e ambição, para, no auge, deixar o Barcelona, que também tinha um ótimo time. Um fiasco seria se Neymar não ganhasse nada, acho que ele fica apenas como "decepção" e uma decisão errada ao sair do Barcelona. O mundo seria bem diferente, e mais bonito, se ele tivesse ficado. Agora é fácil de falar, mas se ele ganhasse a Champions sendo o protagonistas, teria um patamar nunca antes visto no PSG.

20 de jun. de 2022

Tite não se ajuda ao escolher ver Corinthians in loco em vez de Galo x Fla

O técnico Tite, da seleção brasileira, anunciou que assistiria dois jogos in loco nessa rodada do Brasileirão: o majestoso, na segunda-feira, e Corinthians x Goiás, às 16h de domingo. Tite pode ver o que ele quiser in loco, mas preterir um Atlético-MG x Flamengo pelo jogo do Corinthians não faz muito sentido pra mim.

Se foi uma visita como ídolo que é do clube, tudo bem, mas não restam dúvidas que o melhor e mais atrativo jogo de domingo 16h era Atlético-MG x Flamengo. Era nesse jogo que o técnico da seleção brasileira precisava estar in loco. O ídolo Tite não, esse deveria estar no jogo do Corinthians mesmo.

Gabigol, Pedro, Éverton Ribeiro, João Gomes, Rodrigo Caio e Pablo são todos flamenguistas com nível de seleção ou passagem por ela. Hulk, Allan, Jair, Guilherme Arana, Nathan Silva, Ademir e Everson são atleticanos que, tranquilamente, poderiam brigar por uma vaga nas convocações de Tite.

A ausência de Tite no melhor jogo da rodada, pra mim, ratifica: ele não liga para os talentos que brilham em solo nacional. Posso estar errado, mas é isso que a escolha de Tite me diz. Ele já não assiste muitos jogos por aqui presencialmente e, quando assiste, perde a oportunidade de ver os melhores talentos do Brasil em um confronto intenso e com alta carga emocional e pressão.

Assistir São Paulo x Palmeiras é um acerto, ainda mais se ele puder conversar com Rogério Ceni e Abel Ferreira após o jogo. Existem jovens muitos talentosos nos dois elencos e nomes que podem ajudar a compor o elenco da seleção brasileira, mas a partida é a única que acontece na segunda-feira às 20h, a escolha era, no mínimo obrigatória.

Em resumo, entendo que o Tite técnico da seleção desperdiçou uma grande chance de ver talentos brasileiros em Galo x Fla para ser o Tite corintiano, já na segunda, o técnico volta a ser o Tite da seleção e assiste o melhor -e único- jogo entre brasileiros do dia. 

Não posso considerar como um erro a decisão de Tite no domingo, mas também não posso concordar com ela. Existem muitos jogos do Corinthians que ele poderia assistir in loco, inclusive alguns com nível de dificuldade e potencial para alimentar a seleção brasileira, como por exemplo, o clássico contra o Santos, pela Copa do Brasil, na próxima quarta-feira.

14 de jun. de 2022

Torcida do Botafogo precisa acordar do sonho da SAF e viver a realidade

Entrar em um sistema de SAF não garante vitórias e nem títulos. O Botafogo, finalmente tem uma perspectiva positiva, mas não uma garantia de resultados. É preciso lembrar: empresas, como o clube agora é, também podem falir.

Além disso, não adianta a torcida gritar "olé" contra o próprio time ou abandonar o estádio durante a partida só porque o Botafogo está perdendo. A SAF não muda o que o Botafogo, nesse momento, é: um time que acabou de subir da segunda divisão. 

O que esperar de um time que acabou de subir da segunda divisão? Títulos logo de cara? Dominação em campo e bom futebol? Protagonismo no mercado? Não. É preciso enquadrar a verdadeira realidade do clube. Existe uma tendência de futuro positivo, nada mais do que isso.

E, se a torcida continuar a jogar contra, será mais difícil ainda do projeto dar certo. O investimento foi  e está sendo feito, mas não é algo instantâneo, é como plantar uma árvore. Existem etapas, boas e ruins, fases que precisam ser ultrapassadas e, enfim, colher os frutos.

Pode-se questionar se o dinheiro está sendo bem utilizado ou não, isso sim, mas quando as contratações foram feitas, não lembro de ter visto muitos questionamentos sobre os nomes e os valores. O Botafogo parece estar, enfim, nos trilhos, é preciso paciência, discernimento e apoio neste momento.

A realidade do Botafogo, no momento, é essa. Jogar fora de casa contra o Palmeiras, bicampeão seguido da Libertadores, e tomar 4 a 0, fora o baile. É perder para o Corinthians, Flamengo e outros times que estão na primeira divisão e em um grau de competitividade mais alto por mais tempo.

No momento, a torcida do Botafogo precisa entender que uma vaga na Sul-Americana é um resultado positivo. Basta ver o caminho que o Bragantino traçou alguns anos atrás, ou até mesmo o Fortaleza e o Ceará. A evolução precisa ser gradativa e coesa, independente da quantidade de dinheiro.

Uma coisa que o botafoguense sabe muito bem é que dinheiro não compra tradição e que o bom futebol não é instantâneo como um miojo. É preciso tempo e paciência.

8 de jun. de 2022

Os dois lados dos clássicos nas oitavas da Copa do Brasil 2022

Parece até armado, mas prefiro acreditar que não. Sorte do torcedor que o sorteio das oitavas de final da Copa do Brasil gerou quatro clássicos regionais e um grande clássico interestadual. Para efeitos de competição, nada poderia ser melhor.

Veja os confrontos da Copa do Brasil:* 

Fluminense x Cruzeiro 
Atlético-MG x Flamengo 
Corinthians x Santos 
São Paulo x Palmeiras 
Bahia x Athletico-PR 
Atlético-GO x Goiás 
Fortaleza x Ceará 
América-MG x Botafogo 

*Em negrito, os times que fazem o segundo jogo em casa.

Claro que, para os times, torcida e comissão técnica, não poderia ter nada pior do que um clássico logo de cara nas oitavas de final da Copa do Brasil. É crise na certa. Para piorar, as datas não ajudam, e coincidem com datas da Libertadores e Copa Sul-Americana. Em resumo: vem aí uma batelada de jogos decisivos e clássicos em um curtíssimo período de tempo.

Para quem não tem emoção envolvida, não tem nada melhor. Todos os jogos tem seu atrativo. Para os técnicos, nada poderia ser mais temerário.

O São Paulo, por exemplo, tem essa sequência nada agradável:

20/6 – São Paulo x Palmeiras – Brasileirão 
22 ou 23/6  São Paulo x Palmeiras – Copa do Brasil
26/6 – São Paulo x Juventude – Brasileirão 
30/6 – Universidad Católica x São Paulo– Sul-Americana
3/7 – Atlético-GO x São Paulo– Brasileirão 
07/7 – São Paulo x Universidad Católica – Sul-Americana 
10/7 – Galo x São Paulo– Brasileirão 
13 ou 14/7 Palmeiras x São Paulo – Copa do Brasil

O Palmeiras, por sua vez, também tem uma sequência complicada:

20/6 SPFC x Palmeiras - Brasileirão 
22/6 SPFC x Palmeiras - Copa do Brasil
26/6 Avaí x Palmeiras - Brasileirão 
29/6 Cerro Porteño x Palmeiras - Libertadores
02/7 Palmeiras x Athletico - Brasileirão 
06/7  Palmeiras x Cerro Porteño - Libertadores
10/7 Fortaleza x Palmeiras -Brasileirão 
13/7 Palmeiras x SPFC - Copa do Brasil

Por fim, a mais cruel. Corinthians:

Corinthians x Santos - Copa do Brasil
Corinthians x Santos - Brasileirão 
Corinthians x Boca Juniors - Libertadores 
Fluminense x Corinthians -Brasileirão 
Boca Juniors x Corinthians - Libertadores 
Corinthians x Flamengo - Brasileirão
Santos x Corinthians - Copa do Brasil

30 de mai. de 2022

Finalmente a Libertadores vai começar para o Palmeiras

O Palmeiras é o atual bicampeão consecutivo da Libertadores, logo, espera-se naturalmente que passe da fase de grupos com certa tranquilidade. Ao vermos que o Palmeiras caiu em um grupo com Deportivo Táchira, Emelec e Independiente Petrolero, as oitavas de final já eram uma realidade para o time brasileiro. Apenas uma questão de tempo.

Ninguém esperava que o Palmeiras fosse fazer o que fez, ainda mais jogando quase todos os jogos com o time reserva. Conseguiu a melhor campanha da fase de grupos, fez o maior número de gols na história nessa fase, teve o maior saldo e fez a melhor campanha da história. Reafirmando: com os reservas. Fora outras marcas que eu devo ter esquecido.

Isso não é natural, muito menos normal. O Palmeiras fez o que precisava fazer, mas fez tirando nota 10 e com todos os louros possíveis. Sim, o grupo era fácil, e o Palmeiras correspondeu da melhor maneira possível. Bateu todos os adversários em casa e fora. Não perdeu e nem sequer empatou com times inferiores como Tolima ou Always Ready, como outros brasileiros, menos consistentes que o Palmeiras, mas melhores que os adversários, fizeram.

Tudo tem o copo meio cheio e o copo meio vazio. Dá moral ter uma campanha monstruosa como essa, é bom ser temido pelos rivais, mas, ao mesmo tempo, o Palmeiras ainda não foi testado de verdade na competição. Isso é um problema. Além disso, pode cair na soberba. Acredito que Abel Ferreira não permitirá e o elenco não tem essa característica, de modo geral, mas é sim um risco.

Agora, enfrentando o Cerro Porteño, o Palmeiras segue como o grande favorito, mas vai pegar um time aguerrido, tradicional em seu país e na competição. Enfim, o Palmeiras vai ter um desafio com cara de Libertadores.

Até então, nesta edição, o Palmeiras não enfrentou um campo hostil. Gandulas parciais, torcida abafando e atirando coisas, gramado ruim, adversário fazendo cera e com chegadas mais fortes. Tudo junto, não teve para o Palmeiras na Libertadores de 2022 ainda. A partir das oitavas de final, vai ter em todos os jogos.

O Palmeiras vem sendo hegemônico na Libertadores. De 2017 pra cá, só não fez a melhor campanha na fase de grupos em 2021. De modo geral, é um time cascudo e experiente, mas a Libertadores é traiçoeira e o caminho do Palmeiras não é lá dos mais tranquilos. Se quiser o tri consecutivo, vai ter que jogar muito sério e com o máximo de espírito competitivo possível.

24 de mai. de 2022

Róger Guedes precisa parar de se sabotar e se ajudar

Róger Guedes, do Corinthians, sempre jogou muita bola. Na mesma medida, sempre teve o rótulo de "menino minado" e "menino problema" com ele. A grande questão é: ele não ajuda a desvincularmos esse estereótipo dele, muito pelo contrário, ele só reforça isso.

Desde que surgiu para o grande público no Palmeiras, ele melhorou muito essa personalidade, principalmente depois da sua passagem no exterior, mas ele mesmo ainda sabota a própria carreira. Não aceita bem o banco, dá declarações polêmicas e desnecessárias fora de hora e tem outras atitudes que prejudicam ele mesmo.

Róger Guedes ainda é jovem, tem 25 anos, mas é muito imaturo. Vale muito pensar duas vezes antes de contratá-lo. Dentro de campo, excelente. Fora dele, um "badboy", da pior qualidade. Por mais que seja muito bom nas quatro linhas, não sei se compensa o "pacote Róger Guedes".

Ele precisa ser titular. Ele precisa jogar onde ele quer. Ele precisa jogar todos os jogos. Calma lá também, ne? Não é assim. Detalhe: O Róger Guedes não é dos jogadores mais obedientes taticamente falando, não volta muito para marcar se está descontente, não pressiona...

Na minha visão, o próprio Róger Guedes se sabota. A personalidade intransigente dele é prejudicial pra carreira dele. Como camisa 9 ou ponta direita, ele poderia ir muito bem, poderia ser titular, no Corinthians, como foi no Palmeiras, pela direita, mas ele não abre mão de suas convicções. Isso é frustrante, pra todo mundo.

A torcida gosta dele e quer o Róger em campo, o técnico precisa do talento dele, o atacante quer jogar e, se tudo isso está em cima da mesa, qual é o motivo de não dar certo? As exigências e o comprometimento dele em campo.

Róger Guedes voltou ao Brasil com objetivo de ir à Copa do Mundo. Ele tem bola, mas não tem a postura necessária. Seria titular, tranquilamente em todos os times do Brasil, exceção a três, mas se tivesse um comprometimento e uma personalidade melhor, seria peça fundamental nesses três também.

13 de mai. de 2022

Convocação de Tite: As 5 prioridades e os craques do Brasileirão fora

Não tenho um acesso privilegiado a cabeça de Tite, técnico da seleção brasileira, mas como ele está há alguns bons anos na seleção, já deu para entender como o trabalho dele funciona. Podemos criticar tudo, menos que não tem uma linha de raciocínio.

Prioridade 1: Europa. Simples assim. E se puder acrescentar, jogadores que atuam na Inglaterra. Tite entender que lá está a maior competitividade e o desafio, logo, quem vai bem lá, tem mais chance de desempenhar um bom papel em um jogo grande de seleção.

Por esse motivo que Tite convoca poucos jogadores que atuam no Brasileirão. Gabigol e Arana, por exemplo, até são convocados, mas sempre "na rabeira". Deram certo na Europa? Não. A impressão é que, para cada gol que Gabriel Jesus faz no Campeonato Inglês, Gabigol precisa fazer 15 no Brasil. 

Os graus de dificuldade são muito diferentes e eu não consigo tirar a razão do Tite nesse ponto.

Prioridade 2: Grupo definido. Tite experimenta pouco. Isso me incomoda. Não posso afirmar que ele pensa em fazer algo parecido com a "Família Scolari", mas tenho certeza de que, quem já ganhou a confiança do técnico, tem um caminho bem mais curto a ser percorrido.

Por isso, Raphael Veiga e Danilo, do Palmeiras, Hulk, do Atlético, e outros jogadores de destaque no Brasil ficam mais atrás ainda nas preferências. Atuam em um nível de competitividade mais baixo e ainda precisam "destronar" alguém que já tem a confiança de Tite.

Prioridade 3: Continuidade e confiança. Tite dá chances e tenta recuperar jogadores em quem ele confia, por mais que estejam no banco. Vide Coutinho. O técnico do Brasil tem um forte senso de conjunto. "Eles que me trouxeram até aqui, é com eles que eu vou". No meu entendimento, passa um pouco do ponto.

Aqui entra a minha maior desavença com Tite: Poucos testes. Sim, eu teria convocado Marinho. Sim, eu teria dado chances para Veiga, Hulk, Nathan Silva, Danilo, Artur e outros destaques do Brasileirão. Tudo bem focar na continuidade e confiança, mas testes são importantes e, às vezes, eles oferecem soluções ótimas. Antony, David Neres, Raphinha, Rodrygo e outros foram testes. Estão dando resultados e soluções.

Prioridade 4: Seleção não era momento? Bem, para Tite, não. Fica claro que o técnico considera mais a regularidade, o nível de atuação e o fato de conhecer intimamente o atleta do que apenas o momento. Os melhores exemplos dessa contradição são: Dudu, Gabigol e Bruno Henrique. Praticamente não foram convocados nem pelo momento e nem pela regularidade.

Não basta jogar bem, ganhar títulos, estar no auge e merecer. Dudu e Gabigol demoraram cerca de 3 anos cada no auge para ganhar míseros minutos na seleção, por mais que sejam jogadores de elite. Bruno Henrique sequer foi chamado. Estamos falando de jogadores que, há anos, são os melhores atuando no país. O que mais seria necessário? O zagueiro Lucas Veríssimo, que vinha jogando muito bem no Santos e já merecia uma vaga na seleção, só foi convocado imediatamente após ser vendido para o Benfica.

Prioridade 5: Ter trabalhado previamente. Entendo, mas discordo. Resumindo: Quem já trabalhou com Tite antes "tem um caminho mais curto" a percorrer. Faz sentido, em tese, já que o técnico sabe o que esse jogador pode oferecer e como se comporta em N situações.

Eu só não considero isso justo quando existe um jogador mais indicado comendo a bola e ele é passado para o fim da fila por Tite já conhecer e acreditar no que viu em um atleta que teve a chance de trabalhar com ele anteriormente. É preciso ter os jogadores de confiança, mas não precisam ser 23 da lista. 

Edenílson, do Internacional, é um exemplo. Bom jogador, mas que vinha jogando mal no clube e já é bem mais velho. Já foi treinado por Tite no Corinthians e foi convocado recentemente, mesmo sem ter tido muito destaque. Ganhou minutos e sumiu. Danilo, do Palmeiras, pode ser um concorrente direto. Precisou jogar muito melhor, conquistar muito mais e ser muito mais regular para, enfim, ganhar uma mísera chance de integrar o grupo.

2 de mai. de 2022

Não tem time no céu e nem no inferno no começo do Brasileirão

Quase sempre há tempo. No caso, ainda existe. Muito. 34 rodadas para alguns e 35 para outros. Claro que é importante largar bem e fazer um bom começo de Brasileirão, independente de qual for sua expectativa, mas dar como certo um rebaixamento ou um título agora ainda é muito cedo.

Assim como na Fórmula 1, os times estão, ainda, na volta de apresentação. Contratações podem chegar, técnicos podem sair e longos 6 meses ainda vão se passar até, de fato, o campeonato terminar.

O que é possível ver logo de cara é que, alguns times que subiram da Série B começaram a competição bem e podem se manter na elite do futebol brasileiro. Coritiba, Avaí e Goiás são adversários chatos de se enfrentar. 

Por outro lado, como esperado, times que estão em muitas frentes e não tem tanto investimento e elenco, começaram o Brasileirão devagar. Fortaleza, Ceará e Athletico. Tudo vai se balanceando aos poucos, mas é importante frisar: para terminar bem, começar bem ajuda muito.

O melhor dos mundos é ficar na zona de disputa do objetivo final e, na reta derradeira da competição, aí sim acelerar e fazer os resultados com uma sequência de vitórias. Recentemente, em 2019, o Flamengo foi campeão brasileiro tendo liderado apenas as duas últimas rodadas da competição. Ou seja, apenas as mais importantes.

Tratar um começo ruim como crise é uma fria. Um começo ruim deve servir de alerta para correções e, posteriormente, uma avaliação. Só dá para, realmente ter uma ideia de quem vai brigar por o quê, por volta da 14° rodada, antes disso é tudo passa muito muito "achismo" e previsões.

16 de abr. de 2022

Manchester City ganhou a casca que precisava para vencer Champions

O Manchester City tem um futebol que encanta, números, consistência, craques, ideias, enfim, tudo. Só não tem um título da Liga dos Campeões e, cada vez mais, vencer essa competição está se tornando uma obsessão, comedida e apaziguada, claro, já que o time é campeão constantemente de outros torneios.

Pontos corridos não é nada parecido com mata-mata. O City ganhou inúmeras Copas, em formato eliminatório, já. Mas não a Champions. A maior competição do continente, por motivos óbvios, exige mais que você seja apenas frio ou saiba o que está fazendo. É uma competição que é preciso sentir, viver e não se exibir. Menos que a Libertadores, óbvio, mas ainda tem essa característica.

O City sentiu. Competiu. Catimbou. Sofreu. Fez cera. Pra quê? Vencer. Não está na ideologia prevista do Guardiola e nem de nenhum time, o City, principalmente por ser treinado pelo Guardiola, simplesmente não usava esse recurso porque não era incentivado e não sabia. Tudo isso até o jogo contra o Atlético de Madri.

Em mata-mata com jogo de ida e volta, vence quem joga melhor e faz melhor uso do regulamento. O City ficou feliz com um 0 a 0 na Espanha. Quem diria. O City se conformou e buscou o 0 a 0 no segundo tempo. Regulamento embaixo do braço e a classificação também.

Esse era o amadurecimento que o time precisava, na minha visão. Todo o resto o time tem. Sofrer faz parte do processo de ser campeão. Não existe time no mundo que seja campeão sem sofrer um minuto sequer. Esse amadurecimento é necessário e complicado de se conseguir. Vejo que o City desenvolveu esse tipo de amadurecimento.

Aos poucos, por sempre bater na trave e sentir a necessidade gritando de finalmente ganhar uma Liga dos Campeões, vejo um time do completo no City. Desde os fatores em campo aos fatores extracampo. Força mental, capacidade de amarrar o jogo e abdicar da ideologia para vencer. O City vai enfrentar o Real Madrid nas semifinais. Mesmo assim, eu acho que esse ano é a temporada em que o City tem a melhor chance de ser campeão da Liga dos Campeões. Ótimo futebol e casca de campeão.

8 de abr. de 2022

Apostas para o Brasileirão de 2022

Muitos falam que o Brasileirão é muito imprevisível e que 13 times entram com possibilidade de serem campeões, eu não acredito nisso. Acho que é uma análise antiga e marketeira.

Hoje, vemos três times despontando como os melhores elencos e mais endinheirados. Existe um grupo com um time bom, mas um elenco e estrutura ruins, os candidatos ao rebaixamento e, é claro, os que ficam na zona intermediária da tabela.

Minhas apostas:

Brigam por G4

Flamengo

Palmeiras

Atlético-MG

São Paulo

Corinthians

Brigam por Libertadores

Fluminense

Fortaleza

RB Bragantino

Internacional

Meio de tabela

Athletico

Botafogo

Juventude

Santos

Atlético-GO

Lutam para não cair

América-MG

Avaí

Goiás

Coritiba

Ceará

Cuiabá

3 de abr. de 2022

Seleção do Paulistão 2022

Esquema: 4-4-2

Goleiro: Jandrei (São Paulo)
Lateral-esquerdo: Reinaldo (São Paulo)
Zagueiro: Diego Costa (São Paulo)
Zagueiro: Gustavo Gómez (Palmeiras)
Lateral-esquerdo: Marcos Rocha (Palmeiras)
Volantes: Danilo (Palmeiras) e Rodrigo Nestor (São Paulo)
Meias: Raphael Veiga (Palmeiras) e Renato Augusto (Corinthians)
Atacantes: Dudu (Palmeiras) e Calleri (São Paulo)
Técnico: Abel Ferreira (Palmeiras)

Melhor ataque: São Paulo - 27 gols
Craque do Paulistão: Calleri (São Paulo)
Revelação do Paulistão: Pablo Maia (São Paulo)
Melhor defesa: Palmeiras - 7 sofridos
Surpresa positiva do Paulistão (time): Ituano
Surpresa negativa do Paulistão (time): Santos
Mais assistências: Rodrigo Nestor (São Paulo)
Artilheiro: Ronaldo (Inter de Limeira) - 9 gols

31 de mar. de 2022

Crias de Cotia podem levar o São Paulo de volta aos tempos áureos

Às vezes é bom crescer na dificuldade, no ferro e fogo. Os jogadores da base do São Paulo sabem bem o que é isso e, justamente por esse motivo, jogam, vibram, entendem a torcida e interagem com ela de maneira diferente. Esse é o trunfo que pode trazer o São Paulo aos títulos recorrentes, o aspecto interno.

Existe algo de especial nos jogadores das categorias de base e suas respectivas torcidas. Todo mundo sabe que a base do São Paulo tem tradição e história, mas essa geração tem algo que as outras mais recentes não tiveram: tempo, apoio e gana de vencer.

Rogério Ceni, Nestor, Sara, Igor Gomes, Luan, Diego Costa e os outros jogadores da base atualmente no profissional sabem muito bem o que é ser São Paulo. A alma deles é diferente e, no coração, estão impressas as três listras. Esses sim são os protagonistas do São Paulo e tentam reerguer o clube.

Uma coisa é ser campeão paulista contra o forte Palmeiras, outra coisa é ser bicampeão paulista em cima do bicampeão da Libertadores. Isso prova que, crescer no meio das dificuldades e tendo que conviver constantemente com a dor e a raiva, forma caráter e dá uma casca necessária.

Os jogadores não passaram dificuldades na base do São Paulo, que tem uma das melhores infraestruturas do país, mas sofreram ao ver o jejum do profissional, toda a zoação, as dívidas crescentes, os rivais sendo campeões e a ingestão. Pra quem é são-paulino, como esses meninos da base, isso é como uma facada no coração. Estimula e dá forças.

Essa geração do São Paulo, se tiver tempo, pode se desenvolver e, quem sabe, não teremos o "Menudos do Morumbi 2.0". Existe talento, existe vontade e espaço para crescerem e brilharem. Os maiores problemas são justamente os adversários muito qualificados e a própria diretoria, que pode se seduzir pelas cifras dos outros times e vender os atletas.

Os jogadores da base do São Paulo estão reconstruindo o time de uma maneira especial: vencendo e com a identificação necessária. Não é fácil, mas os jogadores estão percorrendo o caminho correto e isso vale em caso de mais um título paulista ou de um vice-campeonato em 2022.

24 de mar. de 2022

Santos precisa começar temporada 'pra valer' com sinal de alerta ligado

A temporada passada já foi muito ruim para o Santos. No Paulista, o time quase caiu e venceu apenas 2 de 12 jogos. Pouquíssimo para um time desse quilate. Esse ano não foi diferente, venceu apenas três jogos e também flertou com a queda. O Santos tem um elenco muito curto, pouco qualificado e vai enfrentar um longo ano com Brasileirão, Copa do Brasil e Sul-Americana. A temporada "de verdade" ainda está para começar.

O Santos flertou com a queda inédita para Série B do Brasileirão na temporada passada e esse ano, por mais que o clube seja perito em surpreender, não vejo uma briga em outra parte da tabela. O sinal de alerta precisa estar ligado desde a primeira rodada. Além do técnico gringo inexperiente no Brasil, o elenco do Santos não é balanceado: ou tem muitos jovens ou muitos veteranos. Poucos jogadores estão no auge físico e técnico.

É engraçado pensar que, pouco tempo atrás, mesmo com pouco dinheiro, o Santos conseguiu ir muito bem em edições de Brasileirão, chegando em 2° em 2016 e 3° em 2019, foi vice da Libertadores em 2019 e Copa do Brasil em 2015 e "repentinamente" agora vai para o segundo ano brigando para não cair.

O Santos, por isso, é a prova viva que a gestão pode alavancar ou derrubar um time. Vendas mal feitas, contratos ruins, apostas péssimas e contratações impensáveis foram feitas. Hoje o time está endividado, em busca dos míseros 45 pontos e uma reestruturação.

Vejo uma perspectiva boa para o futuro. O caminho que conhecemos hoje em dia para ter um time competitivo de futebol a longo prazo é o que Palmeiras e Flamengo fizeram: reestruturação completa focando a austeridade da base ao profissional passando por departamento médico, clube social, CT e afins.

É um caminho longo e turbulento, o Palmeiras inclusive foi rebaixado nele, mas hoje colhe os frutos da reestruturação bem-feita. É um time sólido financeiramente, nas categorias de base e campeão recorrentemente no profissional. Esse é o exemplo para o Santos.

O presidente do Santos, Andrés Rueda, promete seguir essa linha. Uma queda de divisão seria trágico e atrasaria muito o projeto, por isso, o clube precisa entender a tênue linha entre economizar e ter um time nível Série A. O resultado é a longo prazo e só saberemos se foi uma gestão boa nos próximos anos, mas os primeiros indícios são positivos, resta agora não se perder nas tentações do mundo do futebol.

18 de mar. de 2022

Pelo 5° ano consecutivo um time brasileiro caiu na pré-Libertadores

O Fluminense foi eliminado nessa semana para o Olimpia depois de ter feito uma ótima vantagem no Rio de Janeiro. 3 a 1 para o Flu no jogo de ida e 2 a 0 para o Olimpia no Paraguai. Nos pênaltis, deu Olimpia. A eliminação do Fluminense só reforça como é complicado passar pela pré-Libertadores.

Desde 2018, sempre um brasileiro foi eliminado nas fases preliminares da competição. Isso reforça que, de fato, o Brasil tem muitas vagas para o torneio e, os times que se classificam, nem sempre estão prontos para fazer um papel decente na Libertadores.

  • 2018 - Chapecoense eliminada pelo Nacional
  • 2019 - São Paulo eliminado pelo Talleres
  • 2020 - Corinthians eliminado pelo Guaraní
  • 2021 - Grêmio eliminado pelo Independiente Del Valle
  • 2022 - Fluminense eliminado pelo Olimpia

No começo, quando um time fica na zona de classificação à pré-Libertadores, tudo é alegria, mas na hora da disputa, é preciso entender que é matar ou morrer. Qualquer coisa diferente de uma classificação, provavelmente será encarado como um vexame e. As eliminações já deixaram de ser surpresas e estão virando uma coisa corriqueira. Os times precisam entrar com "os dois pés atrás", caso contrário, vão aumentar a lista de eliminados.

Na edição passada da Libertadores, o Fluminense caiu em um grupo complicado com River Plate, Independiente Santa Fé e Junior Barranquilla, mesmo assim, se classificou e chegou às semifinais. Fato bem surpreendente.

Nesse ano, com um time cheio de reforços experientes, engatou uma sequência de 12 vitórias seguidas, mas na "hora h", errou na estratégia, faltou força mental e se perdeu, sem contar com as decisões polêmicas da arbitragem no jogo de volta.

O América-MG, outro time brasileiro dessa edição da pré-Libertadores, passou da maneira mais sofrida possível, depois de empates, viradas e nos pênaltis. Disputar a fase preliminar da Libertadores é sinônimo de agonia e dificuldade, seja qual for o adversário e não adianta pensar o contrário.

Até que ponto é bom ter quase 10 times brasileiros classificados à Libertadores? Quantidade, quase sempre, pode ser entendida como o oposto de qualidade. A pré-Libertadores está fazendo muito bem a sua função e mostrando isso aos brasileiros, que seguem com sua soberba natural quando vão enfrentar qualquer adversário que não seja argentino, europeu ou uruguaio.

9 de mar. de 2022

Futebol precisa evoluir; Arbitragem é primeiro passo

Matemática não é muito a minha área, mas, feliz ou infelizmente, ela é muito presente no dia a dia, assim como as polêmicas do futebol. Outro dia me perguntei: Qual o motivo de tudo no futebol, especificamente, ser tudo tão polêmico? Achei uma resposta fraca: 'As pessoas são muito apaixonadas, clubistas e chatas'.

Eu realmente pensei que o VAR chegaria para reduzir as polêmicas e afins, mas o Brasil, de fato, é um território à parte. Na Europa, todos adoram o VAR. Não tem lambança. Não demora. Não sobra margem para clubismo e interpretação. Aqui, infelizmente, temos tudo isso.

Ainda acredito que o VAR é um dos caminhos corretos para a melhora do jogo. A ferramenta é boa, o problema é que, no Brasil, ela é mal operada. Nada contra, mas a tecnologia usada aqui é diferente e os árbitros que operam ela, que não são profissionais, deixam a desejar.

Os árbitros precisam ser profissionalizados urgentemente. Isso cabe à CBF. O meio do futebol inteiro hoje em dia é profissional, menos quem comanda o espetáculo dentro de campo. Isso é ridículo.

Outra reflexão que me pegou esses dias foi sobre o tamanho do campo e a quantidade dos árbitros. Lembra a história da matemática não ser o meu forte? Então...

  • Qual o tamanho de uma quadra da NBA? 28,7 x 15,2 = 436m de área
  • Quantos árbitros apitam um jogo de NBA? 3
  • Área coberta por árbitro = 145m
  • Qual o tamanho de um campo de futebol? 110 x 75 = 8.250m de área
  • Quantos árbitros apitam um jogo de  futebol? 1 árbitro e 2 bandeirinhas
  • Área coberta por árbitro (considerando bandeirinhas) = 2.750m
  • Qual o tamanho de um campo de futebol americano (NFL)? 109,7 x 53,5 = 5.868m de área
  • Quantos árbitros apitam um jogo de futebol americano (NFL)? 7
  • Área coberta por árbitro = 838m
A conclusão de tudo isso é: Os árbitros de futebol tem que cobrir uma área maior de jogo com um menor número de integrantes, quando comparados com a NBA e a NFL. Por isso erram mais. Além de não serem profissionais e se dedicarem apenas a isso, tem que cobrir uma área bem maior.

Além de melhorar o VAR e promover a profissionalização dos árbitros, tê-los em maior número não seria um caminho interessante?

4 de mar. de 2022

Calleri e Gabigol são 'camisa 9' dos sonhos de qualquer clube

Tanto Calleri quanto Gabigol atingiram uma aura diferente. Não tem como explicar ou mesurar, apenas sentir. Quem torce sabe: ele vai fazer o gol. Existe uma sinergia diferente entre eles e a torcida, uma identificação, algo que extrapola as quatro linhas.

Isso é difícil de se ter, principalmente com um goleador nato, como eles são. Podemos até citar aqui inúmeros goleiros com esses aspectos extracampo e de identificação, alguns jogadores de linha como Fagner, Geromel, Dudu e afins, mas e os centroavantes?

Quem tem, não abre mão de jeito nenhum. Calleri e Gabigol hoje são exemplares praticamente únicos do 'camisa 9' de confiança da torcida por resolver - e muito - dentro de campo e por ter uma ligação estreita com o fora de campo. Poderíamos até citar Fred no Fluminense, mas há alguns anos ele não é tão decisivo assim.

Calleri não é nenhum tipo de craque ou algo assim, é mais um trombador, mas com a camisa do São Paulo, parece que ele encarna algo parecido com o Romário. Aproveita a única chance que tem. No lugar certo, na hora certa, chutando do jeito certo. Isso não tem preço.

Gabigol é o melhor centroavante brasileiro jogando no Brasil nos últimos anos e, essa ligação construída com a torcida, corrobora ainda mais na criação da 'lenda' dele. Ele é um personagem fora de campo, tem quem goste e tem quem não goste, mas é inegável que ele é um fazedor de gols nato e muito identificado com o Flamengo.

Hoje em dia já é difícil achar um centroavante comum que tenha 'o perfume que a bola gosta' ou que 'fede a gol', imagine então achar esse cara e conseguir construir essa aura, essa identificação e adoração, a sinergia com a torcida. Coisa raríssima e imprescindível hoje em dia. Quem tem comemora, quem não tem, tenta providenciar.

25 de fev. de 2022

Pedro no Palmeiras é uma insanidade completa

Pedro, do Flamengo, é um dos melhores centroavantes do Brasil, que anda meio carente na posição, e vem amargando uma reserva eterna. O atacante é tudo que o Palmeiras quer: jovem, com calibre para resolver a carência e que agrada a torcida, mas a chegada dele não passa de uma utopia, na minha opinião.

Surgem notícias de que o Palmeiras intensificou conversas com ele e que até teria chegado a um acordo com ele. Longe de mim duvidar disso, mas essa é justamente a parte fácil e palatável do negócio, é juntar a fome com a vontade de comer. O atacante que não joga com um time ótimo que não tem um atacante.

A parte boa da história e o conto de fadas terminam justamente aí. O atleta tem contrato com o Flamengo que, por mais que tenha um desconforto financeiro, não precisa fazer vendas, ainda mais pro principal rival. 

Além disso, o técnico da seleção brasileira, Tite, participou hoje do Redação SporTv e, sobre Pedro, disse: "Eu gostaria de vê-lo jogar, mas não é algo determinante para chamar ou não", o que pode "acalmar" Pedro, mas ao mesmo tempo vira uma arma para o Palmeiras. Porque ele não vem sendo convocado mesmo no banco então?

O Flamengo, literalmente, ainda nem pagou por Pedro. O clube carioca acertou a compra dele por R$ 87 milhões divididos em seis parcelas ao longo de três anos. Dito isso, vale ao Palmeiras pagar mais do que isso por Pedro? Ou o Flamengo vai aceitar reforçar seu maior rival e perder dinheiro ainda por cima?

A situação toda é muito mais complexa do que "se acertar com atleta" e ele "querer jogar no Palmeiras". A diretoria do Palmeiras e do Flamengo não são amigas e, esportivamente falando, não faz o menor sentido ao clube carioca vender Pedro ao Palmeiras.

O Palmeiras conseguiu resultados expressivos, inclusive em cima do Flamengo, com um grande déficit no ataque, por qual motivo o Flamengo enfraqueceria seu elenco e reforçaria o maior rival do momento? Repito: não faz o menor sentido. Só acredito vendo.

Outro ponto que deve ser tocado, para finalizar e bem no rodapé, fala sobre a diretoria do Palmeiras, que vem sendo muito pressionada logo no começo do mandato. Tudo isso pode ser a boa e velha "cortina de fumaça" para acalmar os ânimos e finalizar dizendo: " pelo menos tentamos", como vem sendo feito nos últimos anos no clube.

16 de fev. de 2022

Final do Mundial de 2021 evidencia distância entre clubes do Brasil e da Europa

O Palmeiras perdeu para o Chelsea por 2 a 1 na prorrogação da final do Mundial de Clubes de 2022 e, por incrível que pareça, vem sendo mais criticado do que elogiado pela participação no torneio.

Antes de qualquer coisa, é preciso deixar claro que, sim, existia um plano. Independentemente dele ter dado certo ou não, ele existia. Só não vê quem não quer ou tem muita má vontade. A partir disso, outra coisa que é preciso ressaltar é: o Palmeiras, com o seu plano, quebrou a mística de que o goleiro do time sul-americano precisa fazer um Mundial perfeito para o time ser campeão.

Weverton, que é ótimo goleiro, não fez um bom torneio e nem precisou. A defesa bem treinada e o plano de Abel Ferreira limitaram tanto Chelsea contra Al Ahly. O time "retranqueiro" que praticamente não precisou do goleiro e ficou muito próximo do título. Vai entender.

Outra questão interessante a ser tratada é que "o Palmeiras não atacou" e o "Troféu de igual para igual" fica com o Flamengo na final contra o Liverpool, mas o interessante é que os dois times brasileiros finalizaram três vezes no gol dos ingleses e só o Palmeiras fez gol, estando a 6 minutos da disputa dos pênaltis. Me parece um pouco deturpado e parcial isso.

 Diante desses fatos, fica claro que, mesmo sem ligar muito e sem se preparar adequadamente para o Mundial, os europeus estão muito na frente dos sul-ameircanos e, a melhor maneira de tentar equalizar a disputa em nível de clubes, é fazer como o Palmeiras fez e não conseguiu por conta de decisões erradas no ataque.

Já ficou claro que, ir de peito aberto, não resolve muita coisa. O Santos está aí de prova e, caso se considere que o Flamengo foi de peito aberto, um pouco estranho, né? Ir com a proposta de atacar, conseguir ter, de fato, mais posse que o Liverpool e finalizar apenas três vezes ao gol sem fazer um gol. Foi esse plano que deu certo? Interessante.

No momento, a única maneira de combater a qualidade dos europeus no Mundial, é com um coletivo forte, dedicação e muita estratégia. O Palmeiras mostrou tudo isso, pecou na parte ofensiva, que é a mais judiada do time, e na tomada de decisões, mas fez um jogo muito bom.

Além disso, ao meu ver, o Palmeiras é o time mais competitivo do Brasil atualmente, mesmo com todas as suas deficiências. Não tem os melhores jogadores e nem o melhor elenco, mas é muito bem treinado. Dizer que o Flamengo ou o Atlético-MG ou o Madureira fariam uma final melhor contra o Chelsea é fanfarronice pura, apenas para gerar manchetes.

7 de fev. de 2022

Brasileiros precisam parar de menosprezar adversários

Para os brasileiros, apenas times da Argentina, Uruguai e uma parte da Europa são bons. Todo o resto é lixo e não vale nem a menção, sendo que, quando qualquer derrota acontece, surge a famigerada pergunta: "foi vergonhoso?".

O fato de não ser de um futebol dos mais tradicionais em Copa do Mundo ou ser da "periferia financeira" do planeta não significa que o time é ruim, sem investimento, sem estrutura e sem tradição. Simplesmente significa que você pode não conhecer tudo isso que ele tem.

O Tigres, por exemplo, ficou famoso ao eliminar o Palmeiras no Mundial passado. Logo que os palmeirenses mais antenados disseram que o time era bom, estruturado e com investimento, virou uma "desculpinha". Nessa semana, o mesmo Tigres venceu o Flamengo e o São Paulo nos bastidores e financeiramente e contratou Soteldo.

Quem é o Al Ahly? O Al Ahly é como se o Grêmio tivesse 10 Libertadores, apenas isso. Um time estruturado financeiramente, tradicional e que tem um número de torcedores maior que ou igual ao do Flamengo, esse é o Al Ahly. O técnico, Pitso Mosimane, é como se fosse o Abel Ferreira deles, venceu duas Liga dos Campeões da África em menos de um ano.

Já passou da hora de parar de menosprezar e desqualificar qualquer time que não seja de países tradicionalmente bem-sucedidos no futebol. A terra é redonda e a bola também é em todos os lugares do mundo, as regras do futebol são as mesmas, todo mundo sabe e pode jogar.

Não é porque o Brasil é totalmente fora da curva nesse quesito que qualquer derrota para o Talleres ou Tolima ou qualquer time que seja já vira uma vergonha. É necessário valorizar o esforço e a qualidade dos outros times, a bola não existe só no Brasil, por mais que ele mande e trate ela melhor que todos os países.

31 de jan. de 2022

Tite tem um ano para dar um jeito na seleção

 Desde que Tite assumiu a seleção brasileira, em 2016, o Brasil teve duas fases: futebol encantador e com ótimos resultados e futebol mediano com resultados. Agora, a seleção enfrenta sua pior fase, o futebol é ruim e os resultados também.

Tite precisa de soluções para isso. Não ganha a Copa do Mundo quem joga melhor, mas quem vence os jogos. É óbvio que seria maravilhoso ganhar mais uma Copa jogando bem, mas não sei se acredito nisso nesse momento.

Eu realmente não me surpreenderia se Tite apostasse em soluções "caseiras" nas próximas convocações como Renato Augusto, Paulinho e Willian, todos atualmente no Corinthians. Ele conhece os jogadores e já sabe o que eles podem apresentar na seleção.

Sinceramente, não acredito que nenhum desses seja a solução. Tite precisa reencontrar o time que potencializa o talento de seus melhores jogadores, Vinícius Júnior e Neymar, no momento e equilibrar isso com um sistema defensivo confiável e um padrão de atuação. Fácil de falar e difícil de fazer.

Também não é novidade que o Brasil tem muito talento e com características muito diferentes. Antony, Raphinha, David Neres, Rodrygo e Everton Cebolinha brigam por posição. Richarlison, Gabigol, Matheus Cunha e Gabriel Jesus também. Gerson, Bruno Guimarães, Fred, Arthur e outros também são exemplos. Todas as posições tem uma gama de talentos grande e diferentes.

O grande "x da questão" é descobrir quais serão os 23 jogadores que vão formar o melhor grupo e preencher as lacunas que Tite acha que precisam ser preenchidas. Eu ainda acredito que o melhor caminho para isso é "oportunizando", como Tite diz, e "deixando o campo falar". Ele fala isso, mas não executa. Sem cadeira cativa. Quem está melhor e se encaixar melhor no sistema vai pra Copa. Para isso, é preciso testar e a hora disso é agora, não um mês antes da Copa.

O pior de tudo: não acredito que Tite fará isso. Aposto que o técnico vai manter seu grupinho de jogadores e seguir com os olhos fechados para os outros que se destacarem nessa reta final de preparação. Se isso vai dar certo ou não, só o tempo dirá. Além de tudo isso, é preciso ressaltar que a base desses jogadores é a que fez o Brasil jogar bonito e com resultados empolgantes no começo da "Era Tite". Quem sabe Tite esteja certo e todos nós errados...

17 de jan. de 2022

Copinha: Título é legal, mas não é o mais importante

Claro que todo mundo quer ser campeão e isso tem um valor inestimável, mas, no caso da Copinha, existem outros pontos que são muito mais importantes que o título do campeonato.

A Copa São Paulo de Futebol Jr pode ser considerada como o torneio que melhor coloca seus jogadores em situação similar ao profissional. Visibilidade, pressão, torcida, calendário apertado e times competitivos.

Finalizar o torneio levantando o troféu é maravilhoso, mas o mais importante é saber utilizar bem os meninos da base, seja com vendas para Europa ou no profissional para obter os benefícios esportivos primeiro e, posteriormente os financeiros.

O Flamengo, o São Paulo e o Internacional foram os últimos três campeões da Copinha e, cada time, teve uma abordagem com os jovens. O Flamengo, na maioria, não deu espaço e vendeu. O São Paulo ainda tem a alguns da geração no elenco e outros já foram vendidos ou emprestados e o Inter, por sua vez, quase nem deu chance aos meninos.

Não é interessante ganhar a Copinha e não chegar pronto ao profissional, onde o desafio físico, a pressão, a mídia e todos os outros fatores, principalmente os mentais, são muito maiores. A transição sub-20/profissional é a etapa mais complicada da formação de atletas e a mais importante.

Não adianta nada fazer 200 gols na base e não render no profissional, muito mais vale ter pouco destaque nas categorias inferiores e compor bem o elenco profissional.

Grêmio e Palmeiras são os clubes que melhor tem feito essa transição, usando bem os jovens no profissional e, no caso gaúcho, já fazendo a venda à Europa. Não é preciso ter uma Copinha para formar os melhores jovens do país, basta ver o Palmeiras, que tem a maior parte do seu elenco composto por jovens da base e é o atual bicampeão da Libertadores com eles.

A principal função da base é alimentar e reforçar o profissional, não ser campeã. Uma base vencedora é boa porque ela indica que existem bons jovens que podem ser usados no profissional, não porque o torcedor do clube vai se vangloriar dos títulos dela "Quantos Brasileirões sub-17 seu time tem?". O que importa mesmo é "Quantos Campeonatos Brasileiros o seu time tem?".

6 de jan. de 2022

Saída de Fábio do Cruzeiro tem um motivo: Ronaldo quer ser fenomenal sozinho

Eu não demitiria Fábio. Basicamente foi isso que aconteceu, já que o goleiro disse que aceitaria reduzir o salário. Agora, aparecem comunicados do Cruzeiro dizendo que não foi bem assim, bem estranho.

O futebol ser feito de uma maneira racional, com gestão e austeridade é positivo, mas não podemos esquecer que o jogo também é emoção e história. Fábio mistura sua história com a do Cruzeiro. O goleiro havia acertado as bases de sua renovação e bateria, inevitavelmente, a marca de 1000 jogos com a camisa do clube.

Mais um ano de Série B para Fábio, mais um ano de provações e demonstração de amor, mas, pelo menos, um ano com marcas históricas, mesmo que para um jogador que não precise delas, já que já está na história do clube.

41 anos, 17 anos consecutivos no clube, 13 títulos e 976 jogos. Fábio com certeza não estava pensando no dinheiro, ele poderia ter saído antes, inclusive, poderia nem disputar a Série B, tinha mercado na elite do futebol brasileiro quando o Cruzeiro caiu. Optou por ficar.

Aos poucos, o projeto encabeçado por Ronaldo Fenômeno vai "limpando" o Cruzeiro de possíveis ídolos e personagens como Vanderlei Luxemburgo e Fábio, que poderiam ser mais marcantes do que ele no eventual retorno à Séria A e isso não é uma novidade.

No Corinthians, por mais que não fosse na Série B e como dono do time, Ronaldo atuou de uma maneira que precisa ser ressaltada. Fica muito claro entre todos que existe um "antes de Ronaldo" e um "depois de Ronaldo" no Corinthians. 

Quem era o presidente? Quem era o técnico? Quem foi o artilheiro do time? Isso faz parte do "pacote Ronaldo", ele chega para ser o centro de todas as atenções, custe o que custar. Custou Fábio e Luxemburgo, nesse caso do Cruzeiro.

O modelo de gestão SAF (Sociedade Anônima no Futebol) também gera esse impacto. Primeiro as contas e a racionalização, o dinheiro. Depois e em segundo plano, emoção, história e contexto. Quem pensou que seria um mar de flores se enganou muito.

A decisão já foi tomada e não será revertida. O Cruzeiro é uma empresa e será gerido como tal, o torcedor só pode ficar, literalmente, torcendo para que as decisões sejam acertadas, nada mais que isso. 

Fábio, como grande ídolo que é, merecia mais carinho na despedida e mais consideração. O que pode ser feito para amenizar a dor da torcida é, basicamente, oferecer um cargo diretivo em alguma esfera do clube para ele.

Agora o Cruzeiro tem seu único e grande pilar para se apoiar: Ronaldo Fenômeno. O jogador que mais atuou pelo clube já saiu e o técnico que, além de evocar um passado glorioso, conseguiu, com muitos sacrifícios, manter o time na Série B saiu também. Ronaldo será o único e maior protagonista dessa história, tendo ela um final feliz ou não.