25 de fev. de 2021

O Brasileirão da renovação

    Há anos estamos acostumados a ver os mesmos nomes fazendo sucesso no Brasileirão. Não existe nenhum problema nisso, mas deve gerar um desconforto em todos que gostam do futebol e se preocupam com ele.

    Quantas vezes Vágner Love já foi especulado no seu time? E Diego Souza? Tenho certeza que, se ele não teve uma passagem, já foi sondado ou ligado ao clube o qual você torce, assim como Paulo Baier e outros tantos. O problema não é apostar sempre nos "dinossauros" e sim, sempre preterir os jovens para dar mais uma chance aos já consagrados.

    Na maioria das vezes, é uma conta meio ordinária - como quase todas feitas no mundo do futebol. Contrata-se um desses jogadores de renome, que vai receber bem, claro, e, invariavelmente, isso se torna um investimento de risco. Vai render ou não? Quase sempre é um tiro na água. A base, multicampeã, lá está. Linda, passiva e encostada.

    Existem males que vem para o bem e, se olharmos em um certo recorte e buscarmos o copo meio cheio do impacto da pandemia no futebol, temos um grande ponto positivo: a revelação de novos talentos e o uso em massa das categorias de base por quase todos os times da elite.

    Por causa da pandemia, pode esquecer renda de bilheteria. Venda de camisas diminuíram, afinal de contas, o poder aquisitivo das pessoas também abaixou. Programa de sócio torcedor? Heróis são os que continuam bancando, mais uma fonte de receita que diminui para os clubes. A água bateu e, como sempre, quando a água bate, não são os veteranos que aparecem para jogar por pouco dinheiro e muita pressão, é a molecada.

    Gabriel Menino, Patrick de Paula, Renan, Gabriel Verón, Danilo e companhia ilimitada pelos lados do Palmeiras. Pulando o muro, Igor Gomes, Gabriel Sara, Brenner, Luan e mais outros no São Paulo. Pelos lados do Corinthians, Roni, Xavier, Raúl, Ruan. O Santos é o Santos. Um caso a parte, que, nesse ano, fez como todos os outros de sua história, usou e abusou da base com Kaio Jorge, Lucas Lourenço, Marcos Leonardo, Sandry e muitos mais.

    Independentemente do poderio financeiro, a base foi requisitada. Dinheiro, no momento, não compra imunidade do COVID. O Flamengo com seus tantos milhões, também precisou apelar para a base, assim como times que tem menos investimento, como o RB Bragantino, que vê em Claudinho, a possibilidade de ter um jogador ganhando os prêmios de: Revelação do Brasileirão, Artilheiro, Melhor jogador e outros ainda.

    Internacional, Grêmio, Fluminense e todos os outros times já citados aqui, além de estarem na parte de cima da tabela, proporcionaram um espaço para a base. Caio Vidal, Praxedes, Nonato, Peglow, Pepê, Leonardo Gomes, Guilherme Guedes, Darlan, Isaque, Marcos Paulo e tantos outros jovens jogadores tiveram a chance de aparecer.

    Sempre tem um. Claro que existiria uma exceção. O Atlético Mineiro optou por gastar. Gastar, gastar, gastar, tudo isso enquanto constrói seu próprio estádio, sabe lá deus de onde vem esse dinheiro, mas os jogadores vieram e estão ai, de bolso cheio e mão abanando, sem o principal: o título.

    Assim como na última temporada, em que tivemos uma centelha de esperança com o Flamengo, de Jorge Jesus, de que o futebol bonito poderia vir acompanhado de resultados e que grandes jogadores podem sim permanecer no Brasil e fazer sucesso, essa temporada deixa bem claro que existe muito talento na base dos times e que ela vem pedindo passagem.

       Claro que nem todos esses jogadores serão craques ou vão alcançar o nível de seleção brasileira, sucesso internacional e afins, mas o importante é tentar, expor, promover, revelar e, assim, renovar o futebol pentacampeão mundial.

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