20 de ago. de 2016

A geração de ouro

    Maracanã lotado, tarde de sol no Rio, final contra os alemães, tabu de 120 anos em vigência, o cenário não poderia ser melhor para espantar a péssima fase vivida nos últimos anos pela seleção brasileira.
    Primeira coisa a se destacar: alguém abençoe o gol que Weverton defendeu no primeiro tempo, 3 bolas alemãs explodiram naquele travessão em 45 minutos de jogo, parecia que a vitória alemã bateria na trave dessa vez...
    A Alemanha fez 10 minutos iniciais primorosos, colocando uma das 3 bolas no travessão brasileiro em um chute de fora da área de Brandt, enquanto isso os brasileiros estavam tensos, mais ainda a torcida. Os germânicos sabiam perfeitamente por onde poderiam ganhar a final, nas costas dos laterais brasileiros Zeca e Douglas.
    Os melhores alemães, Gnabry e Brandt, exploravam bem essa jogada até Micale arrumar o sistema defensivo por volta dos 20 min, conseguindo maior consistência no meio campo e uma boa cobertura nos buracos deixados pelas subidas ofensivas dos laterais brasileiros. A melhor jogada dos alemães foi neutralizada.
    Brasil mandava no jogo, quando ocorre uma falta em cima de Neymar perto da grande área, o próprio 10 brasileiro (que já era o melhor em campo) se prepara para a cobrança, GOL e alívio no Maraca, golaço de falta, na gaveta com perfeição e Ney já mostrava que aquele jogo tinha dono. Tanto Jesus pela esquerda quanto Gabigol pela direita pouco faziam. O Brasil foi levando o jogo em banho maria, com o jogo controlado, Weverton não teve muita preocupação depois dos 10 min iniciais, fim do primeiro tempo com vitória brasileira. Faltavam 45 min para o ouro inédito.
    Com o segundo tempo em progresso já era nítida a mudança de postura dos brasileiros que não pressionavam mais a saída de bola alemã e ficavam atras a espera de um contra-ataque, não era bom o cenário, Alemanha abrindo espaços com bons toques e o Brasil sem o contra-ataque almejado, o gol alemão veio, com isso o Brasil acordou e resolveu voltar para a estratégia inicial de pressão na saída de jogo
     O jogo contra os frios alemães ficou morno, saiu Gabigol para a entrada de Felipe Anderson (que estava mais para Felipe Andersono). O camisa 10 do Brasil foi recuado para criar as jogadas, e o homem criou em! muitas foram as bolas de Neymar para Felipe Anderson matar o jogo, sobrava vontade do menino, mas faltava uma decisão mais rápida e correta. Fim de jogo, 1x1, prorrogação batendo na porta.
    Primeiro tempo de prorrogação foi morno, como de costume, nenhum time querendo arriscar e muito cansaço envolvido, as bolas continuavam chegando para Felipe Anderson (o único que estava inteiro) e ele não aproveitava. O segundo tempo da prorrogação chegou, todos de língua de fora, Alemanha dominada pelo Brasil que por sua vez não matava o jogo, agonia a mil. Weverton não trabalhou quase nos tempos extras.
    Bom para o Brasil que precisaria muito dele nos penais. Chegou a hora, chega de empates, o goleiro brasileiro foi o guarda metas que mais defendeu pênaltis no ultimo Brasileirão, mas pênaltis contra a Alemanha sempre é sinônimo de problema, os homens são muito frios. Medo e tensão alojados no templo do futebol carioca, o mesmo estádio que pulsava agora temia.
    Depois dessa decisão de pênaltis sairia um novo campeão olímpico, nem Alemanha (depois do muro de Berlim) nem Brasil já tinham conseguido essa glória. O goleiro brasileiro acertou todos os cantos, quase pegou as cobranças mas por pouco ele não defendeu, o jovem goleiro alemão não passava nem perto das cobranças brasileiras.
    Até que no quinto penal dos alemães, Weverton faz finalmente a primeira defesa no último pênalti da primeira leva, toda a responsabilidade cai no colo de Neymar (como se já não estivesse...) o peso nas costas é imenso, toda a fé depositada no craque da geração, tabu em jogo, medalha em jogo, ele vai para a bola e com ele vão 200 milhões de brasileiros (mais o Bolt que estava no estadio e claramente torcendo para o Brasil), se ele converter caso encerrado e a medalha inédita viria.
    Ela veio! Ney esbanjou categoria e assim como a cobrança de falta que deu em gol cobrou o penal no ângulo do goleiro alemão Horn que nem saiu na foto. A consagração, a medalha veio, FINALMENTE O OURO É NOSSO.
    O capitão era Neymar, mas o coração, as pernas, o pulmão e por vezes a cabeça da seleção era o imensamente criticado Renato Augusto, que foi um verdadeiro leão e líder em campo. Falando em líder, Prass não estava em campo, mas pelo ato de alguns jogadores ficou claro que ele fazia falta e era muito querido no grupo, a homenagem de alguns jogadores brasileiros usando a camisa que o goleiro usaria se não fosse cortado foi linda e comoveu, inclusive jogadores de times rivais ao de Prass trajaram a camisa do goleiro na entrega da medalha e comemoração de  uma campanha que foi muito desacreditada e criticada.
    Pouco se fala na zaga brasileira, mas ela tem que ser exaltada. Sofreu apenas 1 gol no torneio inteiro e na maioria dos momentos se mostrou segura e confiante dando toda a confiança para o ataque atacar sem medo pois ali atrás estava tudo encaixado.
 






















2 comentários:

  1. Texto muito bom Guilherme,porém muito longo,em alguns momentos vc narrou o jogo.

    ResponderExcluir
  2. Parabéns garoto!!! Muito bom, precisa da uma resumida.

    ResponderExcluir