13 de mai. de 2022

Convocação de Tite: As 5 prioridades e os craques do Brasileirão fora

Não tenho um acesso privilegiado a cabeça de Tite, técnico da seleção brasileira, mas como ele está há alguns bons anos na seleção, já deu para entender como o trabalho dele funciona. Podemos criticar tudo, menos que não tem uma linha de raciocínio.

Prioridade 1: Europa. Simples assim. E se puder acrescentar, jogadores que atuam na Inglaterra. Tite entender que lá está a maior competitividade e o desafio, logo, quem vai bem lá, tem mais chance de desempenhar um bom papel em um jogo grande de seleção.

Por esse motivo que Tite convoca poucos jogadores que atuam no Brasileirão. Gabigol e Arana, por exemplo, até são convocados, mas sempre "na rabeira". Deram certo na Europa? Não. A impressão é que, para cada gol que Gabriel Jesus faz no Campeonato Inglês, Gabigol precisa fazer 15 no Brasil. 

Os graus de dificuldade são muito diferentes e eu não consigo tirar a razão do Tite nesse ponto.

Prioridade 2: Grupo definido. Tite experimenta pouco. Isso me incomoda. Não posso afirmar que ele pensa em fazer algo parecido com a "Família Scolari", mas tenho certeza de que, quem já ganhou a confiança do técnico, tem um caminho bem mais curto a ser percorrido.

Por isso, Raphael Veiga e Danilo, do Palmeiras, Hulk, do Atlético, e outros jogadores de destaque no Brasil ficam mais atrás ainda nas preferências. Atuam em um nível de competitividade mais baixo e ainda precisam "destronar" alguém que já tem a confiança de Tite.

Prioridade 3: Continuidade e confiança. Tite dá chances e tenta recuperar jogadores em quem ele confia, por mais que estejam no banco. Vide Coutinho. O técnico do Brasil tem um forte senso de conjunto. "Eles que me trouxeram até aqui, é com eles que eu vou". No meu entendimento, passa um pouco do ponto.

Aqui entra a minha maior desavença com Tite: Poucos testes. Sim, eu teria convocado Marinho. Sim, eu teria dado chances para Veiga, Hulk, Nathan Silva, Danilo, Artur e outros destaques do Brasileirão. Tudo bem focar na continuidade e confiança, mas testes são importantes e, às vezes, eles oferecem soluções ótimas. Antony, David Neres, Raphinha, Rodrygo e outros foram testes. Estão dando resultados e soluções.

Prioridade 4: Seleção não era momento? Bem, para Tite, não. Fica claro que o técnico considera mais a regularidade, o nível de atuação e o fato de conhecer intimamente o atleta do que apenas o momento. Os melhores exemplos dessa contradição são: Dudu, Gabigol e Bruno Henrique. Praticamente não foram convocados nem pelo momento e nem pela regularidade.

Não basta jogar bem, ganhar títulos, estar no auge e merecer. Dudu e Gabigol demoraram cerca de 3 anos cada no auge para ganhar míseros minutos na seleção, por mais que sejam jogadores de elite. Bruno Henrique sequer foi chamado. Estamos falando de jogadores que, há anos, são os melhores atuando no país. O que mais seria necessário? O zagueiro Lucas Veríssimo, que vinha jogando muito bem no Santos e já merecia uma vaga na seleção, só foi convocado imediatamente após ser vendido para o Benfica.

Prioridade 5: Ter trabalhado previamente. Entendo, mas discordo. Resumindo: Quem já trabalhou com Tite antes "tem um caminho mais curto" a percorrer. Faz sentido, em tese, já que o técnico sabe o que esse jogador pode oferecer e como se comporta em N situações.

Eu só não considero isso justo quando existe um jogador mais indicado comendo a bola e ele é passado para o fim da fila por Tite já conhecer e acreditar no que viu em um atleta que teve a chance de trabalhar com ele anteriormente. É preciso ter os jogadores de confiança, mas não precisam ser 23 da lista. 

Edenílson, do Internacional, é um exemplo. Bom jogador, mas que vinha jogando mal no clube e já é bem mais velho. Já foi treinado por Tite no Corinthians e foi convocado recentemente, mesmo sem ter tido muito destaque. Ganhou minutos e sumiu. Danilo, do Palmeiras, pode ser um concorrente direto. Precisou jogar muito melhor, conquistar muito mais e ser muito mais regular para, enfim, ganhar uma mísera chance de integrar o grupo.

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