20 de dez. de 2021

Últimos anos provam: é hora dos gigantes acordarem

Camisa já não resolve mais nada. Torcida ajuda, mas não é garantia de sucesso e "tamanho", hoje mais do que nunca, não é documento na Série A do futebol brasileiro.

O Brasileirão de 2021 serviu para confirmar uma tendência que, há alguns anos, já vinha se desenhando: times de porte médio/novatos são mais organizados internamente e sabem de suas limitações e objetivos melhor do que times grandes, que ainda pecam na megalomania.

Quem imaginaria em pleno 2022 uma Libertadores com América-MG, Bragantino e Fortaleza? Ceará, Atlético-GO, Cuiabá e Juventude na primeira divisão e, exceto o Juve, todos na Sula. Não chega a ser uma inversão de grandezas, mas prova que esses times estão sabendo jogar melhor o "campeonato deles" e sem fazer loucuras.

É claro que o regulamento de hoje, com muitas vagas para Libertadores e Sul-Americana, facilita isso, mas, ao mesmo tempo, estamos falando de Internacional, Grêmio, São Paulo, Santos e Athletico-PR não conseguirem ficar sequer em 8° e terem de se contentar com a Sul-Americana. Cada um tem seu motivo e justificativa, mas é certo que deve saltar os olhos.

Basta ver, nos últimos 10 anos, praticamente sempre caiu pelo menos um time grande para a Série B. Isso não pode ser coincidência. Quando não caiu um grande, bateu na trave

É hora de os times grandes assumirem que não dá para brigar por títulos todos os anos só com o peso da tradição ou no "contra tudo e contra todos". É preciso um projeto para estruturar o clube internamente e, quando ele estiver pronto para disputar títulos, aí sim disputar. Hoje, os times que fizeram isso no passado, colhem os frutos.

É um caminho longo pelo vale da sombra e da morte até chegar ao paraíso. O melhor exemplo é o Palmeiras, começou sua reestruturação interna com Paulo Nobre, caiu para Série B e, mesmo assim, não saiu dos trilhos ou abdicou da proposta. Hoje, 9 anos depois, o time embolsou duas Libertadores e inúmeros outros títulos com a casa arrumada e um time forte.

Coragem e coerência são indispensáveis para fazer isso. Críticas e chacotas vão acontecer, pressão da torcida e da imprensa também, mas é preciso se manter firme e forte na direção correta. Hoje, quem tenta seguir os passos que Palmeiras e Flamengo já percorreram, é o Santos. Vamos ver como será o final da história.

Veja as quedas dos grandes/gigantes nos últimos 10 anos:

2011- Caiu: Athletico-PR // Cruzeiro e Atlético-MG ficaram no quase;
2012- Caíram: Palmeiras e Sport;
2013- Caíram: Vasco e "Fluminense" - Imbróglio com a Portuguesa;
2014- Caíram: Botafogo, Bahia e Vitória // Palmeiras bateu na trave;
2015- Caíram: Vasco e Goiás;
2016- Caiu: Internacional // Vitória passou perto;
2017-   ---------------------
2018- Caiu: Sport // Vasco bateu na trave;
2019- Caiu: Cruzeiro;
2020- Caíram: Botafogo, Vasco, Goiás e Coritiba;
2021- Caíram: Grêmio, Bahia e Sport.

Um comentário:

  1. Gestão responsável é indispensável! Times que " jogam para a galera " seguem o caminho do calvário! Vamos ver no que vai dar a SAF, eu acho que é a saída para os clubes que estão com uma gestão sem resultados positivos.

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